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A premiada imagem de 'papa-léguas' diante de muro entre EUA e México

Mexicano Alejandro Prieto foi escolhido Fotógrafo de Pássaros do Ano por capturar imagem de pássaro caminhando próximo ao muro da fronteira entre México e Estados Unidos.

1 set 2021 - 09h47
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Alejandro Prieto documentou a vida selvagem e os ecossistemas da fronteira sul dos Estados Unidos
Alejandro Prieto documentou a vida selvagem e os ecossistemas da fronteira sul dos Estados Unidos
Foto: Alejandro Prieto / Bird Photographer of the Year / BBC News Brasil

Um pássaro solitário diante da imensidão do muro que separa o México dos Estados Unidos.

A imagem do mexicano Alejandro Prieto se destacou entre os 22 mil participantes do concurso Bird Photographer of the Year (Fotógrafo de Aves do Ano).

Nela, um pássaro é visto em frente à imponente parede cheia de fios e pontas.

E não qualquer ave: é o papa-léguas, a espécie de ave mais famosa do sudoeste da América do Norte — ele caminha e corre no solo e só alça voo quando necessário.

Ele é conhecido também por ter inspirado o personagem de desenho animado Papa-Léguas, de pernas longas e que emitia o som "bip-bip" — e que estava sempre escapando de seu predador, o Coiote.

A foto, segundo Prieto, evidencia a ameaça que o muro representa para a biodiversidade da região de fronteira, caracterizada por ser um delicado ecossistema com alto fluxo migratório de animais e pássaros que se deslocam para o norte e sul do continente.

Nessa região, várias espécies precisam cruzar a fronteira para acasalar com seus primos geneticamente diferentes — como a onça-pintada norte-americana ou o urso negro, que foi reintroduzido no Texas na década de 1990.

Deserto ameaçado pelo muro de Trump

"O muro na fronteira atravessa desertos, montanhas e até manguezais. É uma área não só desértica, mas também de grande biodiversidade, com mais de 1,5 mil espécies de animais e plantas ameaçadas pelo muro", alertou Prieto.

"Eu vi muitos animais diferentes chegarem até a parede antes de se virar e voltar", acrescentou.

O fotógrafo, nascido em Guadalajara, documenta a vida selvagem da fronteira há mais de um ano.

O prêmio é de 5 mil libras esterlinas (cerca de R$ 35 mil).

Nos meses que passou capturando imagens, ele conta que enfrentou a perseguição do controle de fronteira e a presença constante de cartéis de drogas.

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