'Ainda quer que eu sorria?', pergunta Bolsonaro pouco depois de CPI da Covid ser criada
Presidente diz a apoiadora, na entrada do Palácio da Alvorada, que teve dia difícil
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro se recusou a sorrir ao tirar fotografia com uma apoiadora na entrada do Palácio da Alvorada, nesta terça-feira, 13. "O dia que eu passei e (você ainda) quer que eu sorria?", perguntou ele à mulher, na entrada do Palácio da Alvorada. Bolsonaro não explicou sobre o que se referia, mas a sisudez coincidiu com a instalação, no Senado, da CPI da Covid, que investigará gastos do governo federal para o combate à pandemia.
Ao contrário do que desejava, o presidente não conseguiu segurar a instalação da CPI. Além disso, como mostrou o Estadão/Broadcast, o presidente deve ter apenas quatro dos 11 titulares que compõem a comissão. "Hoje (cedo), na saída, o cara queria gravar um vídeo. Não dá, não tem condições", afirmou o presidente aos eleitores que esperavam o retorno dele para a residência oficial do Alvorada.
O Bolsonaro que exibiu semblante fechado nesta noite contrastou com aquele de segunda-feira, 12, que soltou uma gargalhada ao saber que o ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), fora sorteado relator do pedido de impeachment contra o colega da Corte Alexandre de Moraes.
"Caiu para o Kassio Nunes?", respondeu o presidente para um eleitor, na portaria do Alvorada, antes de rir alto e reclamar de o Supremo obrigar o Senado a instaurar a CPI da Covid. "Eu não interfiro em lugar nenhum. Foi clara a decisão de um ministro do STF para abrir impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, e não contra quem possivelmente desviou recurso", disse ele, numa referência ao ministro Luís Roberto Barroso, que determinou ao Senado a abertura da CPI.