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Alckmin promete "passar tesoura" nos gastos públicos

Tucano também disse que diminuiria o imposto de renda das empresas e, em compensação, tributaria os dividendos

3 ago 2018 - 07h28
(atualizado às 07h57)
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O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse na quinta-feira (2) que vai "passar a tesoura" nos gastos se eleito para zerar o déficit primário em até dois anos, e vai tributar dividendos ao mesmo tempo em que reduzirá o imposto de renda das empresas.

Em entrevista à Globonews, o tucano também disse que passará um pente fino sobre os incentivos tributários, e defendeu maior competição no setor bancário.

Pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin, do PSDB REUTERS/Adriano Machado
Pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin, do PSDB REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Apaga a luz quem paga a conta. Eu sei cortar gasto, escola do Mario Covas, eu vou passar a tesoura", disse Alckmin, se referindo ao ex-governador de São Paulo e seu padrinho político, Mario Covas, que morreu em 2001 e de quem o tucano foi vice-governador.

O presidenciavel do PSDB voltou a afirmar que, se vencer a eleição de outubro, irá reduzir o que chamou de "imposto corporativo" -- imposto de renda sobre a pessoa jurídica e a contribuição social sobre lucro líquido (CSLL). Indagado qual seria a contrapartida para compensar a perda de arrecadação com a redução desses impostos, respondeu: "tributa dividendos".

"Você não tributa dividendos e você tributa pesadamente o imposto de renda da pessoa jurídica. Então, não investe e distribui lucro. Nós temos que estimular o investimento. O investimento é fruto do lucro. Então reduzindo o imposto de renda da pessoa jurídica, contribuição sobre o lucro líquido e tributa dividendos", explicou.

Na entrevista, Alckmin também voltou a defender privatizar estatais como parte do que avalia ser uma necessária reforma do Estado, mas garantiu que, em um eventual governo seu, nem a Petrobras nem o Banco do Brasil serão vendidos à iniciativa privada.

Quando foi candidato à Presidência em 2006, quando foi derrotado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o tucano teve de rebater por várias vezes afirmações do PT de que, se eleito, privatizaria estatais.

"Eu não ia privatizar a Petrobras, como não vou privatizar a Petrobras", garantiu. "Não vou privatizar o Banco do Brasil", assegurou.

Compete, compete, compete

O tucano defendeu um incentivo à maior competição no setor de bancos como forma de reduzir o spread bancário -- a diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e os juros cobrados do tomador de crédito.

"O nosso problema não é privatizar o Banco do Brasil, é falta de banco, é falta de competitividade. Nós precisamos é trazer mais bancos, desregular, ter uma lei geral de garantias, estimular cooperativa de crédito, estimular fintechs. Compete, compete, compete, ganha a dona Maria, ganha o seu José", disse.

Sobre o setor de petróleo e gás, Alckmin reiterou que a Petrobras deve se concentrar na exploração do petróleo na camada pré-sal, deixando outras atividades a cargo da iniciativa privada.

"Eu defendo que os poços maduros, especialmente no pós-sal, a gente traga empresas de fora para poder tirar mais petróleo e gás. Isso vai gerar muito emprego no Nordeste, trazer muitas empresas para cá", disse.

"Eu defendo quebrar na prática o monopólio do refino, trazer investimento privado --e hoje tem muito investimento-- para a gente poder ampliar refinaria no Brasil com investimento privado e também na área de prospecção no pós-sal. E a Petrobras, que é a sua expertise, em águas profundas no pré-sal", acrescentou.

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