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Alemanha preenche seus reservatórios de gás a todo vapor

29 ago 2022 - 17h03
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Metas de armazenamento de gás estabelecidas pelo governo estão se cumprindo antes do previsto, afastando a possibilidade de um inverno sem aquecimento. Gás russo agora representa menos de 10% do consumo no país.O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, afirmou que as metas estabelecidas pelo governo para preencher as instalações de armazenamento de gás estão sendo alcançadas antes do previsto - reduzindo os temores de uma grave escassez de gás durante o inverno europeu devido à guerra na Ucrânia.

Armazenamento de gás na Alemanha atingiu quase 85% de sua capacidade, um mês antes do previsto
Armazenamento de gás na Alemanha atingiu quase 85% de sua capacidade, um mês antes do previsto
Foto: DW / Deutsche Welle

"Os reservatórios estão se enchendo mais rapidamente do que o planejado", disse o ministro à revista alemã Der Spiegel, em entrevista publicada neste domingo (28/08).

Segundo a Gas Infrastructure Europe (GIE), associação que reúne operadores de infraestruturas de gás em todo o continente europeu, os níveis de armazenamento alemães atingiram cerca de 82%.

À Spiegel, Habeck afirmou que a próxima meta, de atingir 85% da capacidade de armazenamento até outubro, pode ser batida até o início de setembro.

Da mesma forma, a meta seguinte, de preencher 95% da capacidade dos reservatórios até 1º de novembro, também deverá ser cumprida antes do previsto.

Cai dependência de energia russa

A Alemanha tenta atualmente garantir fontes alternativas de gás para abastecer o país durante os meses frios de inverno, que tem início no fim do ano, enquanto busca eliminar sua dependência da energia russa em meio à guerra na Ucrânia.

Moscou tem anunciado constantes suspensões no fornecimento de gás por meio do gasoduto Nord Stream 1, que liga a Rússia diretamente à Alemanha. A partir de 31 de agosto, o gasoduto deverá ser fechado novamente por três dias. O fluxo de gás da Rússia já havia sido reduzido para 20% da capacidade do Nord Stream 1 há várias semanas.

A boa notícia para Berlim é que, enquanto o gás russo representou 55% do consumo da Alemanha em 2021, essa parcela foi reduzida para apenas 9,5% em agosto. As importações de gás da Noruega e da Holanda agora têm mais peso no consumo do país.

A Alemanha também espera fluxos de gás natural liquefeito (GNL) da França assim que questões organizacionais e técnicas forem resolvidas.

Evitando um inverno sem aquecimento

O armazenamento de gás na Alemanha permitirá que as empresas fornecedoras de energia recorram a esses reservatórios sempre que necessário para atender à demanda, atuando como uma espécie de amortecedor para o mercado atualmente volátil.

"As empresas poderão retirar gás das instalações de armazenamento conforme planejado durante o inverno para também abastecer as indústrias e as residências", disse Habeck à Spiegel.

Há temores na Alemanha - ainda não completamente extintos - de que a escassez de gás force a indústria alemã a suspender suas atividades e, na pior das hipóteses, obrigue os cidadãos a encararem o rigoroso inverno sem aquecimento suficiente em suas residências.

O ministro alemão ainda está sob pressão devido a uma sobretaxa sobre o gás, anunciada recentemente pelo governo, que fará com que residências e empresas tenham que pagar um extra de 0,024 centavos de euros por quilowatt-hora consumido.

A sobretaxa cobrirá cerca de 90% dos custos adicionais incorridos pelos fornecedores de gás que estão tendo que pagar mais pelo combustível, mas ao mesmo tempo fará os custos aumentarem drasticamente para os consumidores.

ek/bl (DPA, Reuters)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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