Anvisa abre consulta pública sobre proibição de cigarros eletrônicos no Brasil
Debate aberto para revisar regulamentações atuais sobre "vape", após manifestações e preocupações de saúde
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade a abertura de uma consulta pública para discutir a proibição de cigarros eletrônicos, conhecidos como "vape", no Brasil. Desde 2009, dispositivos eletrônicos para fumar são proibidos no país, abrangendo fabricação, comercialização, importação e propaganda. Agora, a sociedade civil terá 60 dias para se manifestar sobre o assunto.
Durante a reunião para votar a proposta, a Anvisa recebeu mais de 60 manifestações de diferentes setores, incluindo entidades civis e opiniões do público em geral. Algumas dessas manifestações foram transmitidas por meio de vídeos enviados à agência.
Enquanto isso, um protesto organizado pela ONG Direta - Diretório de Informações para a Redução de Danos do Tabagismo ocorreu em frente à sede da Anvisa. Os manifestantes defendiam a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil, argumentando que eles não causam os mesmos danos que o tabagismo tradicional e que a falta de regulamentação leva à venda de dispositivos de baixa qualidade.
Por outro lado, a Associação Médica Brasileira (AMB) alerta para os perigos dos cigarros eletrônicos, que contêm nicotina e outras substâncias tóxicas e cancerígenas. Eles destacam que, apesar de serem apresentados como menos agressivos, os "vapes" possuem riscos significativos à saúde, incluindo dependência e potenciais efeitos cancerígenos.
Esta consulta pública representa um passo importante no debate sobre a regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil, equilibrando as preocupações de saúde pública com as demandas de grupos que veem os dispositivos como uma alternativa menos prejudicial ao tabaco convencional.