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Apagão global de tecnologia arrefece após causar problemas generalizados

19 jul 2024 - 17h34
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Serviços das companhias aéreas aos planos de saúde, da indústria de transportes ao setor financeiro estavam voltando ao ar nesta sexta-feira depois de um apagão digital global ter derrubado sistemas de computador por horas, expondo a vulnerabilidade criada pela transição mundial para tecnologias interconectadas, ocorrida após a pandemia de Covid-19.

Depois de o apagão ser resolvido, empresas estão lidando agora com os atrasos em voos e consultas médicas, além de pedidos de compra que foram perdidos e outros problemas que podem demorar dias para que sejam resolvidos. Elas também precisarão responder à pergunta de como evitar que situações similares ocorram no futuro, causadas por tecnologias que deveriam trazer segurança aos seus sistemas.

Uma atualização antecipada feita pela empresa de cibersegurança CrowdStrike, uma dos maiores operadoras do setor, causou problemas em sistemas que deixaram voos em solo, fizeram emissoras de televisão sair do ar e deixaram clientes sem acesso a serviços como assistência médica e o sistema bancário.

Desde o surgimento da pandemia de Covid-19, em 2020, governos e empresas se tornaram cada vez mais dependentes de algumas poucas empresas de tecnologia interconectadas nas últimas duas décadas, o que explica por que um problema em um software foi tão longe em suas implicações.

O apagão jogou holofotes sobre a CrowdStrike, uma empresa de 83 bilhões de dólares em valor de mercado, que não é grande conhecida do público, mas tem mais de 20 mil clientes em todo o mundo, incluindo a Amazon.com e a Microsoft. O CEO da companhia, George Kurtz, afirmou na rede social X que um defeito foi encontrado "em uma única atualização de conteúdo para hospedagens no Windows", afetando assim os clientes da Microsoft.

"Pedimos profundas desculpas ao impacto que causamos aos clientes, viajantes e a todos os afetados por isso, incluindo a nossa empresa", afirmou Kurtz à NBC News. "Muitos dos clientes estão reiniciando os sistemas e, com isso, eles voltam a ficar operacionais novamente."

A CrowdStrike tem uma das maiores fatias do competitivo mercado de cibersegurança. Alguns especialistas questionam se o controle de um software tão crítico deveria ficar na mão de poucas empresas. Também surgiram temores de que as companhias não estão bem-preparadas para implementar planos de contingência quando um único sistema, ou parte de um software desse sistema, ficar fora do ar.

As ações da CrowdStrike caíram 11,1%. Já seus concorrentes tiveram altas, incluindo a SentinelOne, que teve ganhos de quase 8%, e a Palo Alto Networks, com mais de 2%.

As ações da Microsoft caíram 0,7%. A empresa afirmou estar ajudando seus clientes a recuperarem seus sistemas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi informado sobre o apagão, afirmou uma autoridade da Casa Branca. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que seu entendimento é o de que o problema não foi causado por um ataque proposital. Contudo, a Agência de Cibersegurança e Segurança da Infraestrutura dos EUA detectou que hackers estavam usando o apagão para realizar atividades como o phishing.

"Esse acontecimento é um lembrete de quão complexos e interconectados são nossos sistemas globais de computadores, e quão vulneráveis também", disse Gil Luria, analista sênior de softwares da D.A. Davidson. "A CrowdStrike e a Microsoft terão muito trabalho a fazer para garantir que não permitirão que outros sistemas e produtos causem esse tipo de falha no futuro."

As viagens aéreas foram imediatamente afetadas pelo apagão, já que as companhias dependem de uma programação assentada de voos. Quanto essa organização é quebrada, os atrasos vêm. Dos mais de 110 mil voos comerciais agendados para esta sexta-feira, 5.000 foram cancelados em todo o mundo, número que pode subir, de acordo com a empresa de análise Cirium.

Aeroportos de Los Angeles a Cingapura, passando por Amsterdã e Berlim, informaram que as companhias aéreas estavam fazendo o check-in de passageiros com cartões de embarque escritos à mão, provocando atrasos.

Bancos e serviços financeiros alertaram clientes sobre problemas, e traders dos mercados relataram dificuldades ao tentar realizar transações.

Conforme o dia foi passando, cada vez mais empresas relataram o retorno ao normal, incluindo a operadora de aeroportos espanhola Aena e as companhias aéreas norte-americanas United Airlines e American Airlines.

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