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DINO

Apoiado por PGR, Movimento Brasil Sem Azar realiza palestra em Brasília sobre males da jogatina

4 out 2016 - 12h00
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O economista Ricardo Gazel abrirá a programação falando sobre o tema "A jogatina e a falácia dos ganhos para o Estado". Gazel é Ph.D. em Economia pela Universidade de Illinois (EUA), ex-professor e diretor-adjunto do Centro de Pesquisa em Economia e Negócios da Universidade de Nevada (EUA) e publicou artigos, capítulos de livros e monografias nas áreas de economia internacional, economia regional e sobre economia da indústria dos jogos.

Foto: DINO

Depois será a vez do Procurador da República e Secretário de Relações Institucionais da Procuradoria-Geral da República, Peterson Pereira falar sobre tema "Legalização beneficiará organizações criminosas". Pereira assina uma Nota Técnica - Nota Técnica PGR/SRI 65/2016 - muito crítica e desfavorável ao PLS 186/2014, com muitos e fundamentados argumentos.

Quem fechará a programação será a doutora em Psicologia pela Universidade de Kansas(EUA), ex-pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), Suely Sales Guimarães, que falará sobre o tema "Cartas na mesa: Do sonho à realidade". A professora trabalha com compulsões, incluindo jogo compulsivo, há cerca de 20 anos.

De acordo com o Dr. Ricardo Gazel, muito poucas pessoas viajariam para jogar no Brasil porque há jogo em todos os lugares, Ásia, Europa, América Latina. Segundo ele, não existe essa demanda. "Elas não vão decidir viajar para o Brasil por causa de um cassino. Las Vegas tem uma quantidade tão grande, que a cidade em si é um atrativo. Tem shows, parques, uma massa de atrações e restaurantes dentro dos hotéis-cassino. Mesmo em Las Vegas, apenas 16% dos visitantes são estrangeiros - o restante são americanos e 30% deles da Califórnia. Entre os visitantes de Las Vegas, apenas 10% dizem que o motivo principal da viagem foi jogar", explica Gazel que também trabalhou como economista sênior do Federal Reserve Bank, e exerceu importantes funções no BID Americano por oito anos.

Em relação ao uso de arrecadação dos jogos para ajudar a Previdência, Ricardo Gazel não acredita que o jogo vá resolver tal problema da Previdência, que é algo estrutural e complexo. Ele explica que isso é tentar resolver um problema criando-se outro. Ainda segundo ele, seria usar o jogo como um instrumento milagroso, uma fonte inesgotável de recursos. "No início, há aumento de arrecadação, mas depois ela cai. O governo pode recolher impostos no jogo, mas vai perder também impostos porque possivelmente grande parte do que se gasta hoje em loterias pode passar ao cassino. E o governo tem um retorno muito maior na loteria do que vai ter em taxar os cassinos e outros jogos de azar", diz. Gazel alega também que nos EUA, onde você abre cassinos, o gasto com loteria se reduz. E mais do que isso: um Estado que tem cassinos, quando abre novos, há um efeito de canibalização. "O Estado não passa a ter mais renda só porque um novo cassino se instala. O jogador faz uma substituição, ele tem uma renda para gastar e em geral tiram de outros jogos e despesas como shows e restaurantes. Alguns, como o jogador compulsivo, tiram de tudo, inclusive da comida", finaliza.

Serviço:

CICLO DE PALESTRAS

LEGALIZAR A JOGATINA É SOLUÇÃO PARA O BRASIL?

Etapa BRASÍLIA

Dia: 6/outubro/2016

Horário: 9h às 12h30

Local: Procuradoria-Geral da República (PGR), Auditório Juscelino Kubitschek

Endereço: Setor de Autarquias Federais, Quadra 4, Bloco C

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