Após atingir R$6,30, dólar opera em queda com leilão do BC
Depois de mais uma alta histórica, o dólar passou a operar em queda nesta terça-feira. O movimento é resultado de dois leilões realizados pelo Banco Central do Brasil (BC) de venda da moeda para conter a tendência de desvalorização do real.
No primeiro leilão, realizado por volta das 9h30, foram vendidos US$3 bilhões. O dólar não recuou - atingiu a marca histórica de R$6,30 às 10h10. Aproximadamente meia hora depois, o segundo leilão vendeu mais de US$5 bilhões. A moeda passou, portanto, a operar abaixo de R$6,20.
Como o pacote de corte de gastos afeta o mercado?
O pacote de corte de gastos do governo federal representa uma tentativa de melhorar a situação fiscal do Brasil por meio de economias expressivas previstas para os próximos anos. Estas medidas, no entanto, enfrentam desafios na aprovação legislativa e na sua implementação prática, o que alimenta a apreensão dos agentes econômicos. As oscilações nas expectativas podem ser vistas nas movimentações diárias do mercado monetário.
Além da contenção de gastos, há discussões sobre ajustes estruturais que poderiam ter um impacto mais duradouro nas contas públicas. De acordo com analistas, a ausência de reforma em áreas como Previdência e investimento em setores sociais-chave pode limitar a efetividade do pacote de medidas. Essa incerteza sobre a consistência e o alcance das reformas influencia diretamente a valorização do dólar.
Como a inflação respinga no dólar?
Outro fator que contribui para as flutuações cambiais é o relatório de inflação do Banco Central, que recentemente indicou a possibilidade de não cumprir a meta inflacionária prevista para 2024. A manutenção de taxas de inflação acima da meta estipulada pode criar um ambiente de incerteza, afetando também a confiança dos investidores e impactando na cotação do dólar.
No cenário global, decisões de política monetária dos Estados Unidos, como cortes nas taxas de juros pelo Fed, também são determinantes. Estas decisões têm potencial para influenciar fluxos de capital, alterando a atratividade de outros mercados, incluindo o brasileiro. A eleição de lideranças com políticas econômicas protecionistas pode adicionar um grau de complexidade a essas dinâmicas.
Quais são os reflexos das mudanças na política monetária norte-americana?
A política monetária dos Estados Unidos, especialmente as decisões do Fed, exerce um papel de peso na valorização ou desvalorização de moedas internacionais, incluindo o real. Recentemente, cortes sucessivos na taxa de juros americana alteraram o cenário econômico mundial, criando novas dinâmicas nos mercados emergentes.
Com juros mais baixos nos Estados Unidos, investidores devem buscar oportunidades de maior retorno em mercados como o Brasil, o que pode beneficiar o real. Entretanto, mudanças políticas internas nos EUA, tais como aquelas provenientes da eleição presidencial, podem trazer incertezas adicionais, refletindo-se nas decisões estratégicas de investidores em todo o mundo.
HADDAD DIZ QUE DÓLAR IRÁ SE ACOMODAR | "Tenho conversado com instituições financeiras: as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo, e nós estamos fazendo a nossa parte", destacou à imprensa o ministro @Haddad_Fernando, da @MinFazenda, sobre a cotação do dólar. pic.twitter.com/LSKCz5pBK4
— CanalGov (@canalgov) December 18, 2024