Após o bombardeio, a guerra de palavras
EUA, França e Reino Unido decidiram retaliar o regime de Bashar al-Assad pelo ataque químico em Duma. Ação militar desencadeia uma série de reações pelo mundo. Trump fala em "missão cumprida".Estados Unidos, França e Reino Unido lançaram na madrugada deste sábado (14/04) bombardeios na Síria, numa retaliação pelo ataque químico na cidade de Duma, que matou mais de 40 pessoas e é atribuído pelo Ocidente ao regime de Bashar al-Assad.
Transmissão encerrada (as atualizações estão no horário de Brasília)
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Resumo: EUA, França e Reino Unido lançaram mais de cem mísseis em território sírio. O ataque foi pontual - a princípio, não haverá outro - e teve como foco, segundo os três países, o coração do programa de armas químicas de Assad.
Não está claro se o ataque foi bem-sucedido. A França diz que "grande parte" do arsenal químico sírio foi destruída, mas a Rússia afirma, ao mesmo tempo, que mais de 70 dos disparos foram interceptados pelo sistema de Defesa de Assad.
O Ocidente saiu em peso para apoiar a ação, com a Alemanha e a União Europeia dizendo estarem ao lado de seus aliados. Assad e seus aliados - Rússia, Irã e Hisbolá - reagiram com indignação e ameaças.
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9h35: O presidente americano, Donald Trump, escreveu no Twitter que o ataque à Síria durante a madrugada foi "perfeitamente executado". "Obrigado à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e pelo poder de seu excelente Exército. Não poderia ter tido um resultado melhor. Missão cumprida!", disse o republicano.
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9h25: O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai se reunir às 11h deste sábado (meio-dia no horário de Brasília), após solicitação da Rússia para uma reunião de emergência.
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8h50: A Rússia pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, ao mesmo tempo em que disse que vai avaliar o fornecimento de sistemas de mísseis S-300 para a Síria.
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8h30: "Com as suas ações, os EUA pioram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria. Eles levam sofrimento para a população civil e, na verdade, toleram os terroristas que torturam há sete anos o povo sírio", disse Putin, em comunicado divulgado pelo Kremlin.
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8h15: A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, pediu novos esforços para a retomada do processo de paz na Síria.
"É preciso fazer tudo agora para reviver o processo político das negociações de Genebra e acabar com o sofrimento do povo sírio", disse Von der Leyen a repórteres em Hanover, no norte da Alemanha.
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7h45: "A União Europeia pede a todos os países, especialmente Rússia e Irã, que usem sua influência para prevenir o uso novamente de armas químicas, especialmente pelo regime sírio", afirmou Bruxelas em comunicado.
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7h30: O ataque foi eficiente?
É a pergunta que a imprensa começa a se fazer. Segundo os russos, 71 dos 103 mísseis foram derrubados pelo sistema de defesa de Assad, que nos últimos 18 meses foi completamente refeito por Moscou.
As primeiras indicações são de que não houve vítimas do ataque e que a unidade militar que o bombardeio mirou sofreu apenas pequenos danos. Vídeos que emergiram após o ataque ocidental mostram o sistema de defesa sírio em plena operação.
A TV estatal síria mostrou imagens da destruição de um centro de pesquisas perto de Damasco, mas não há como confirmar o nível de importância da instalação e se de fato se trata do local bombardeado pelos americanos.
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6h45: O governo alemão publicou, no Twitter, a íntegra do comunicado divulgado por Merkel sobre o bombardeio. Entre outras coisas, a chanceler federal alemã afirma que, cem anos após a Primeira Guerra, o mundo se vê diante da tarefa de conter a "erosão da convenção sobre o uso de armas químicas".
Por isso, afirma Merkel, o ataque foi "necessário e apropriado", como forma de reduzir a capacidade do regime de Assad de usar armas químicas. A Alemanha, continua o texto, vai seguir todos os passos diplomáticos para prevenir violações da convenção.
No comunicado, Merkel também critica a Rússia por prevenir, no Conselho de Segurança, uma investigação independente sobre o que aconteceu em Duma. Para Berlim, está claro que foi Assad o responsável pelo ataque com armas químicas.
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6h20: O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou o bombardeio como um "ato de agressão" que vai ampliar a catástrofe humanitária na Síria. "O ataque teve uma influência destrutiva no sistema interior de relações internacionais."
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6h05: A Turquia recebeu como "apropriada" a ação militar ocidental. "Nós damos como bem-vinda essa operação, que aliviou a consciência humana diante do ataque em Duma", disse o governo em Ancara.
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5h40: Logo após o ataque, o secretário de Defesa americano, Jim Mattis, que já havia alertado para os riscos de uma intervenção maior no conflito sírio, afirmou que só haverá novos ataques se o regime de Assad voltar a usar armas químicas: "Fomos precisos e proporcionais, mas, ao mesmo tempo, foi um ataque pesado".
Como comparação, segundo Mattis, o bombardeio deste sábado foi duas vezes maior e atingiu dois alvos a mais do que o ataque de abril do ano passado, que mirou uma base aérea síria com mais de 50 mísseis. A ação, na ocasião, também foi uma retaliação ao uso de armas químicas por Assad.
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5h30: Foram mais de 100 mísseis disparados por EUA, França e Reino Unido em território sírio. Foram três os alvos atingidos durante a noite de sábado: um centro de pesquisa científica na grande Damasco e duas instalações de armas químicas a oeste de Homs - uma delas, segundo os EUA, usada na produção do agente nervoso sarin, e outra parte de um posto de comando militar.
Segundo o governo francês, grande parte do arsenal químico sírio foi destruído no ataque.
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5h10: Mais ataques serão possíveis em caso de novo uso de armas químicas por parte de Assad, afirma o ministro do Exterior francês, Jean-Yves Le Drian.
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4h45: "A guerra dos Estados Unidos contra a Síria, contra os povos da região e os movimentos da resistência (...) não atingirá os seus objetivos", afirmou o Hisbolá, em comunicado. Grupo radical libanês é um dos principais aliados de Assad, ao lado de Irã e Rússia.
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4h40: "Os ataques dos EUA, França e Reino Unido mostram claramente que o regime sírio, com a Rússia e o Irã, não podem continuar com esta tragédia humana, pelo menos sem terem custos", escreveu Donald Tusk, na sua conta de Twitter.
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4h30: "Nós apoiamos o ato de nossos aliados americanos, britânicos e franceses e assumimos responsabilidade, nesse sentido, como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU", afirmou Merkel.
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4h20: Dos mais de 100 mísseis disparados na Síria pelos aliados ocidentais, 12 foram lançados por caças franceses, informou o governo em Paris.
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4h00: A chanceler federal alemã, Angela Merkel, classificou o ataque de "apropriado e necessário", embora a Alemanha não tenha tido participação no bombardeio. O presidente da Comissão Europeia, Donald Tusk, afirmou que a "UE está com seus aliados".
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3h45: O ataque em Duma na última semana "cruzou a linha vermelha para a França", afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron. "Nós não podemos tolerar a trivialização do uso de armas químicas que apresentam um perigo imediato para o povo sírio e para nossa segurança coletiva."
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3h40:O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que o ataque americano foi um crime sem propósitos. "Os EUA e seus aliados não vão conseguir nada com seus crimes na Síria. Atacar a Síria é um crime. O presidente americano, a premiê britânica e o presidente francês são criminosos."
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3h20: Logo após o anúncio de Trump, a primeira-ministra britânica, Theresa May, divulgou um comunicado dizendo que ao Reino Unido "não resta alternativa" a não ser o uso da força na Síria. "Nós não podemos permitir a normalização do uso de armas químicas - seja dentro da Síria, seja nas ruas do Reino Unido ou em qualquer outro lugar do mundo", informa o comunicado.
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3h10: "Boas almas não serão humilhadas", tuitou a presidência da Síria logo após o início dos bombardeios. A mídia estatal condenou os ataques como "flagrante violação da lei internacional" e "fadados ao fracasso".
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3h00: O embaixador da Rússia nos Estados Unidos disse que "tais ações não ficarão sem consequências." O Ministério do Exterior russo afirmou que o ataque "veio justamente no momento em que o país tinha uma chance de paz."