'Aqui só tem eu, o Moreira e o demônio': GCM que matou secretário-adjunto de Osasco teve desequilíbrio emocional, afirma comandante
O secretário-adjunto de Segurança de Osasco, Adilson Custódio Moreira, foi morto a tiros na tarde de segunda-feira (6), durante uma reunião na sede da prefeitura, na Grande São Paulo. O autor do crime foi o guarda-civil Henrique Marival de Souza, que se mostrou descontente com mudanças anunciadas na escala de trabalho da corporação.
Antes de efetuar os disparos, Henrique trancou a porta da sala de reuniões, onde permaneceu por cerca de duas horas. Durante a negociação, o comandante da Guarda Civil Municipal (GCM), Erivan Gomes, tentou dialogar com o agente. "Num dado momento, conversando com ele, eu pedindo foto e vídeo [de dentro da sala], momento que ele disse: 'Aqui só tem eu, o Moreira e o demônio'. Infelizmente, ele disse isso num alto tom de voz, numa situação de desequilíbrio emocional", relatou o comandante em entrevista à GloboNews.
O que disse o comandante sobre o ataque?
De acordo com o comandante, a reunião tinha como objetivo reorganizar as funções da GCM no novo governo. O clima era descrito como amistoso, com o secretário dialogando diretamente com os agentes sobre suas novas escalas de trabalho.
Henrique, que realizava serviços administrativos há cerca de um ano, seria transferido de volta ao serviço de rua, com uma nova escala de 12 horas de trabalho por 36 horas de folga, substituindo seu horário atual, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Segundo o comandante, "o Marival, por algum motivo que a gente desconhece, se sentiu talvez desprestigiado" com as mudanças na escala, que iriam impactar na sua rotina. Após disparar contra o secretário, Henrique trancou a sala e montou barricadas, impedindo o acesso de outras pessoas.
Rendimento e prisão
A negociação foi iniciada pelo comandante Gomes, mas a rendição só ocorreu após a chegada do Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate). Henrique se entregou por volta das 19h30. "Quando nós chegamos lá, minutos depois, com certeza, os disparos já tinham acontecido. Infelizmente, o adjunto já estava em óbito", lamentou o comandante.
Henrique Marival de Souza, de 46 anos, é guarda-civil desde 2015. Ele é casado, tem duas filhas e estava com os exames psicotécnicos em dia, conforme exigido pela legislação. Após ser preso, foi encaminhado à delegacia seccional de Osasco, onde permanece à disposição da Justiça.
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