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Arábia Saudita confirma morte de jornalista Khashoggi em consulado e demite duas autoridades

19 out 2018 - 21h04
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A Arábia Saudita anunciou que o jornalista saudita Jamal Khashoggi está morto e disse ter demitido duas autoridades devido ao incidente que provocou uma comoção internacional e afetou as relações entre Riad e o Ocidente. 

Khashoggi durante evento em Londres
 29/9/2018   Divulgação
Khashoggi durante evento em Londres 29/9/2018 Divulgação
Foto: Divulgação / Reuters

Uma nota do procurador público saudita informou que aconteceu uma briga entre Khashoggi e pessoas que ele encontrou no consulado saudita na Turquia, o que ocasionou a sua morte. 

"As investigações ainda estão sendo conduzidas e 18 cidadãos sauditas foram presos", diz a nota na imprensa estatal, acrescentando que o assessor da corte real Saud al-Qahtani e o vice-diretor de Inteligência Ahmeds Asiri foram demitidos de seus cargos. 

Khashoggi, crítico ao príncipe saudita Mohammed bin Salman, desapareceu após adentrar o consulado no dia 2 de outubro para obter documentos para seu casamento.

Os comentários de sábado (horário local) marcaram a primeira vez, desde o desaparecimento de Khashoggi, que os sauditas admitiram sua morte. 

A Casa Branca afirmou nesta sexta-feira em comunicado que viu o anúncio da investigação da Arábia Saudita sobre a morte de Khashoggi e continuará pressionando por "justiça que seja oportuna, transparente e de acordo com todo o processo".

Autoridades turcas já tinham dito que acreditavam que o jornalista havia sido morto no prédio. A Arábia Saudita negava as acusações anteriormente e dizia que Khashoggi havia deixado o local pouco depois de ter chegado.

O rei Salman também ordenou a formação de um comitê ministerial, chefiado pelo príncipe da coroa, para reestruturar a agência de Inteligência geral, segundo informou a imprensa estatal. 

O desaparecimento de Khashoggi, que era residente nos Estados Unidos e colunista do jornal Washington Post, desgastou as relações entre a Arábia Saudita e seus aliados ocidentais. Aliados árabes se manifestaram em apoio a Riad, mas a pressão ocidental intensificada levou a Arábia Saudita a providenciar respostas convincentes. 

Antes dos anúncios dos sauditas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que poderia considerar sanções contra a Arábia Saudita após o desaparecimento de Khashoggi, ao mesmo tempo em que enfatizou a importância das relações entre EUA e Arábia Saudita. 

Em Istambul, procuradores turcos que investigam o desaparecimento de Khashoggi interrogaram funcionários do consulado saudita na sexta-feira. 

A polícia turca fez buscas em uma floresta nas imediações de Istambul e numa cidade próxima pelos restos mortais de Khashoggi, segundo disseram dois oficiais turcos à Reuters, rastreando as rotas dos carros que deixaram o consulado e residência consular no dia em que o jornalista desapareceu.

Investigadores coletaram amostras em ambos os prédios para analisá-las em busca de traços do DNA de Khashoggi. 

Ao falar a jornalistas em Scottsdale, no Arizona, Trump disse que era muito cedo para dizer quais seriam as consequências do incidente, mas que o Congresso dos Estados Unidos estaria envolvido na determinação de uma resposta dos americanos. 

Perguntado sobre se sanções aos sauditas estariam entre as possíveis medidas consideradas, Trump disse "Pode ser, pode ser", embora ele não tenha providenciado detalhes.

"Vamos encontrar quem sabia do quê quando e onde. E vamos descobrir o que fazer", acrescentou Trump.

O Congresso dos Estados Unidos é controlado pelos colegas republicanos de Trump, sendo que alguns deles pediram por ações firmes contra a Arábia Saudita. 

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