Argentina é o único país com voto contrário pelo fim da violência contra mulheres
Nesta quinta-feira, 14, a Argentina se destacou nas discussões das Nações Unidas, repercutindo significativamente tanto no cenário internacional quanto na política interna. As votações sobre temas essenciais, como a prevenção da violência contra mulheres e meninas e os direitos dos povos indígenas, suscitaram debates fervorosos. Esta atuação reflete as mudanças políticas em curso no país, lideradas pelo novo governo.
Uma importante votação na ONU destacou-se quando 170 países, incluindo Brasil e EUA, aprovaram uma resolução que busca combater a violência contra mulheres e meninas. A Argentina, contudo, optou por não apoiar a medida, o que gerou reações nas redes sociais, especialmente entre os argentinos. Esta decisão reflete o novo direcionamento da política externa do país sob a gestão de Javier Milei.
Compromiso para la erradicación de la violencia contra las mujeres y las niñas.
Argentina, único voto negativo. pic.twitter.com/o28jmYOHAz
— Matias Mowszet (@MatiMow) November 14, 2024
Qual foi a posição da Argentina em relação ao embargo a Cuba?
Outro ponto de divergência diplomática ocorreu na votação sobre o embargo comercial dos Estados Unidos a Cuba. A resolução para o fim do embargo foi amplamente aprovada, com 187 votos favoráveis, mas a decisão da Argentina de apoiar o término do embargo gerou repercussões inesperadas. Apesar de apoiar a resolução, isso resultou na demissão de Diana, a então chanceler. Este evento marcou uma significativa mudança na política externa da Argentina.
A Argentina, sob a liderança de Gerardo Werthein no Ministério das Relações Exteriores, tem adotado novas diretrizes diplomáticas. A demissão de membros do governo e a possibilidade de uma auditoria na Chancelaria sinalizam a busca por alinhamento com certas características de democracias ocidentais. Essa reestruturação visa evitar agendas contrárias à liberdade, de acordo com o comunicado do gabinete presidencial.
Como as redes sociais refletem a reação do público?
Nas redes sociais, a resposta foi imediata e intensa. Muitos argentinos manifestaram indignação, descrevendo a situação como uma demonstração de fragilidade do governo de Milei na esfera internacional. Comentários críticos demonstram a divisão de opiniões sobre as ações do governo, revelando uma tensão crescente entre os apoiadores e detratores destas decisões políticas.
As recentes movimentações no cenário internacional colocam a Argentina em uma situação delicada. As decisões na ONU e a subsequente resposta do governo indicam a necessidade de ajustes na política externa. À medida que o novo governo busca firmar sua posição, as ações futuras serão determinantes para consolidar sua imagem tanto internamente quanto globalmente.
O cenário aponta para um período de transformações e redefinições na política externa da Argentina. Com a comunidade internacional de olho nos próximos passos do país, o governo Milei terá que equilibrar suas estratégias políticas com as expectativas e valores globais.