Argentina: empresários alertam sobre 'paralisia' nos pagamentos do governo
A razão para o possível "freio" e condicionamento da despesa pública se devem às restrições impostas pelo acordo com o FMI
Na Argentina, setores do empresariado alertam para um virtual atraso ou paralisação nos pagamentos do governo, tanto dos fornecedores às estatais como nos credores internacionais das empresas. A razão para o "estresse" das reservas e do condicionamento da despesa pública são devidos às restrições impostas pelo acordo com o Fundo Monetário Internacional.
Essa situação pode levar a uma crise de falência financeira das empresas, a uma retirada maciça de ofertas de bens e serviços nos quais a administração pública investe e a uma aceleração da inflação. O alarme está ligado em todos os setores produtivos, tanto no comércio e serviços, bem como na construção de obras públicas no setor industrial.
Diferentes atores do setor privado admitiram à Perfil que as empresas que vendem produtos para o Estado têm "sérias complicações" para continuar com sua atividade, se antes das eleições primárias, que serão realizadas no próximo fim de semana na Argentina, não iniciarem um processo de resolução rápida dos pagamentos em atraso.
Nos cenários incendiários de falências ou de desabastecimentos, os proprietários e executivos anunciam uma avalanche de "rebrands" de produtos para poder sustentar os prejuízos que ocorrem com os atrasos. Ou a atividade estagna ou a inflação se aprofunda, cenário temido pelo governo, na busca pela manutenção do poder presidencial.
Para as construtoras, as perspectivas ficaram turvas após a saída de Martín Guzmán do Ministério da Economia. Depois foi a vez dos comerciantes e, agora, o "medo" chegou também aos industriais, que sofrem com a falta de dólares e o aumento do custo de financiamento das importações. O mundo empresarial acredita que os gastos continuarão sustentados, mas os atrasos podem ser recordes, com "perdas incalculáveis" para as empresas fornecedoras.
De fato, como a Perfil pôde confirmar, há obras que foram paralisadas e outras que foram reativadas sob a promessa de quitar pagamentos. O custo financeiro é muito grande, porque os salários e insumos são pagos diariamente, mas o dinheiro do estado está quase paralisado. Além disso, denunciam que a fórmula de repactuação de preços, que busca recuperar o terreno perdido com os atrasos decorrentes do aumento de insumos, está descompassada com o ritmo inflacionário.
*A reportagem completa você encontra no site da Perfil.com
📈 #ECONOMÍA | El economista y expresidente del Banco Central de la República Argentina (BCRA) durante el gobierno de Mauricio Macri, Guido Sandleris, dijo que el país vive de créditos y proyectó que la inflación anual podría alcanzal 140%.https://t.co/EyB3e9kmD5
— Perfil.com (@perfilcom) August 5, 2023