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Argentina: inflação anual acelera e chega a 236,7% em agosto

Os aumentos de preços foram observados em todos os setores da economia, com destaque para habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis

12 set 2024 - 12h56
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A inflação na Argentina tem sido um dos principais desafios econômicos enfrentados pelo país em 2024. Segundo informações do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), em julho, a taxa de inflação chegou a 4%, somando um total de 236,4% nos últimos 12 meses. Ao longo deste ano, a inflação acumulada já atinge 94,8%.

Inflação volta a acelerar na Argetina
Inflação volta a acelerar na Argetina
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

Os aumentos de preços foram observados em todos os setores da economia, com destaque para habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, que registraram uma alta de 7% em agosto. A educação também teve um aumento, chegando a uma alta de 6,6% no mesmo período.

A inflação na Argentina tem impactado diversos setores econômicos de forma distinta. Entre os grupos analisados, o transporte registrou um incremento de 5,1%, seguido pela comunicação, com alta de 4,9%. O setor de restaurantes e hotéis teve um aumento de 4,8%, enquanto a área de saúde apresentou uma elevação de 4,1%.

Como a população está sentindo os efeitos da inflação?

De acordo com o Indec, os consumidores argentinos estão sentindo o impacto da alta nos preços de alimentos e bebidas não alcoólicas, que registraram um aumento de 3,6%. Os efeitos foram mais sentidos em carnes e derivados, além de vegetais, tubérculos e leguminosas. Em Buenos Aires, os transportes foram o maior desafio, com alta nos preços dos transportes públicos.

A situação tem levado a mudanças nos hábitos de consumo dos argentinos, que estão cortando despesas em diversos setores para tentar equilibrar o orçamento doméstico. O consumo de itens básicos como carnes, por exemplo, está em seu nível mais baixo em um século, conforme revelou um relatório recente da Bolsa de Comércio de Rosario.

Cenário econômico atual na Argentina

Em contraste com um crescimento anual de 2,3% em maio, a economia argentina registrou uma queda de 3,9%, pior do que as projeções mais pessimistas do mercado. O declínio é atribuído, em parte, às medidas de controle da inflação adotadas pelo presidente Javier Milei.

O setor agrícola, que havia mostrado sinais de recuperação após severas secas no ano anterior, não conseguiu sustentar o crescimento. Em junho, o setor continuou a crescer, acumulando uma alta de 82%, mas isso não foi suficiente para evitar a contração geral da economia.

Medidas de Javier Milei

Desde que assumiu a presidência em dezembro de 2023, Javier Milei implementou medidas drásticas para controlar a inflação. As tarifas de serviços essenciais como água, gás e transporte público deixaram de ser subsidiadas, levando a um aumento nos preços. Além disso, obras federais foram paralisadas e repasses de fundos para os estados foram interrompidos.

As ações resultaram em um choque inicial na economia, seguido por uma desaceleração da inflação e uma queda nas taxas de juros. No primeiro trimestre de 2024, a Argentina registrou seu primeiro superávit fiscal desde 2008, permitindo um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para o desembolso de US$ 800 milhões.

Especialistas ouvidos pelo g1 estão céticos sobre a sustentabilidade a longo prazo das medidas econômicas de Milei. A redução dos gastos públicos, embora tenha gerado um superávit fiscal, também resultou em milhares de demissões e cortes nos salários e aposentadorias. Isso intensificou a crise econômica, com 41,7% dos argentinos vivendo abaixo da linha da pobreza, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).

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