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Política

Líder do MBL se descontrola ao defender Arthur do Val

Renan Santos se pronunciou em live e defendeu que Arthur do Val não seja cassado por áudio com falas machistas sobre as refugiadas do conflito entre Rússia e Ucrânia

8 mar 2022 - 08h35
(atualizado às 08h46)
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Em live desta segunda-feria, 7, Renan Santos, coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), se revoltou com a possibilidade de cassação do mandato de Arthur do Val (Podemos) e, usando palavras de baixo calão, fez um apelo para que a militância do movimento de renovação impeça a perda de mandato do deputado estadual.

Exaltado, o ativista defendeu que o MBL deixe de lamentar o ocorrido, disse estar preocupado com o futuro de outros parlamentares ligados ao movimento e chegou a arremessar uma caneca em direção à câmera. "Já deu o luto. Já deu o 'ai, olha só, desculpa'. Vai deixar ele ser cassado? Amanhã é o Kim (Kataguiri, deputado federal), depois é o Rubinho (Nunes, vereador de São Paulo)!", afirmou.

Exaltado, Renan Santos fez apelo para que militância do MBL se mobilize contra a cassação de Arthur do Val.
Exaltado, Renan Santos fez apelo para que militância do MBL se mobilize contra a cassação de Arthur do Val.
Foto: Reprodução/YouTube / Estadão

Renan também disse que, segundo ele, não seria suficiente a substituição de Arthur do Val, conhecido como "Mamãe Falei", por outro integrante do grupo para disputar o governo de São Paulo. Em meio a xingamentos, ele afirmou não se importar com as eleições e que não pretende disputar um mandato em um "País de gente covarde".

Sob a justificativa de ajudar refugiados ucranianos, Renan esteve com Arthur do Val na fronteira do país europeu na semana passada e foi mencionado nos áudios do parlamentar, vazados na última sexta-feira, 4, com conteúdo sexista. Ao falar das mulheres ucranianas, Arthur do Val disse que o coordenador do MBL viaja ao leste europeu todos os anos para fazer um "tour de blonde" — em outras palavras, para tentar ter relações com mulheres loiras.

Após a divulgação dos áudios, Arthur do Val tornou-se alvo de um processo disciplinar no Podemos que pode levar à sua expulsão do partido. Também perdeu espaço no palanque do pré-candidato à Presidência Sérgio Moro, do mesmo partido, que repudiou suas falas e se negou a apoiá-lo nas eleições. Além disso, 37 deputados pedem sua cassação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O MBL divulgou nota lamentando as declarações do deputado, mas reforçou que o objetivo da viagem à Ucrânia foi acompanhar "in loco" o conflito com a Rússia e arrecadar fundos para os refugiados da guerra. Arthur do Val, por sua vez, pediu desculpas e retirou sua pré-candidatura ao Palácio dos Bandeirantes.

Estadão
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