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Ásia impulsiona consumo mundial de álcool

8 mai 2019 - 08h41
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Em média se bebe 10% mais álcool hoje do que em 1990 em todo o mundo, mas tendências regionais são bem diferentes. Na Europa, ritmo é de queda, e na China, Índia e Brasil, de alta.O consumo mundial de álcool deve continuar aumentando na próxima década, afirmou um grupo de cientistas em estudo publicado nesta quarta-feira (08/05) na revista médica The Lancet.

Chineses bebem cerveja em versão local da Oktoberfest, em Tsingtao
Chineses bebem cerveja em versão local da Oktoberfest, em Tsingtao
Foto: DW / Deutsche Welle

A análise de dados de 189 países mostrou que o consumo médio de álcool subiu 10% em todo o mundo entre 1990 e 2017. A tendência atual é de que subirá mais 17% na próxima década, impulsionado por China e Índia.

O consumo médio de álcool puro era de 5,9 litros em 1990 e passou para 6,5 litros em 2017. Até 2030, deverá chegar a 7,6 litros por ano. Meio litro de cerveja contém cerca de 20 gramas de álcool puro.

Com isso, a meta estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de reduzir o consumo prejudicial à saúde em 10% até 2025, não será atingida, observam os pesquisadores.

Em números absolutos, o volume de álcool consumido subiu 70% em menos de 30 anos, passando de 21 milhões de litros em 1990 para 35,6 milhões em 2017 - mas a população mundial também aumentou nesse período.

Os homens consomem bem mais álcool do que as mulheres. Em todo o mundo, a média do sexo masculino é de 9,8 litros anuais, e a das mulheres, de 2,7 litros.

Na Alemanha é verificada uma tendência de estagnação/leve redução, comum na Europa Ocidental. Em 1990, a média anual de consumo dos alemães era de 16,32 litros. Em 2017, caiu para 13,05. Em 2030, deverá cair ainda mais, para 11,63 litros.

Apesar de estar em queda, a média de consumo nos países ricos ainda é extremamente elevada. Na Europa, ela caiu 20% em 27 anos, mas ainda é de 9,8 litros de álcool puro por habitante. O recuo se deve sobretudo à diminuição do consumo no Leste Europeu.

"Antes de 1990, a maior parte do álcool era consumida em países de renda elevada, com os níveis mais altos sendo registrados na Europa. Porém, esse padrão mudou substancialmente, com uma ampla redução ao longo da Europa Oriental e um vasto aumento em muitos países de renda média", afirmou o principal autor do estudo, o cientista alemão Jakob Manthey, da Universidade Técnica de Dresden.

Entre os países de renda média onde o consumo de álcool aumenta estão a China, a Índia e o Brasil, onde o consumo médio era de 8,9 litros em 2016, segundo a OMS. Em 2006, os brasileiros bebiam em média 6,2 litros de álcool puro por ano.

Na China, os homens ingerem em média 11 litros de álcool por ano, e as mulheres, 3 litros. Isso representa um consumo médio de 7 litros, o que é 70% mais do que em 1990.

O álcool está relacionado a mais de 200 doenças e é responsável por mais de 3 milhões de mortes todos os anos, segundo a OMS. Em cada quatro mortos, três são homens.

Em todo o mundo, cerca de 237 milhões de homens e 46 milhões de mulheres sofrem de doenças relacionadas com o álcool. Os níveis mais elevados estão na Europa e nos Estados Unidos.

AS/afp/dpa

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