'Assassino ficará em casa, curtindo Dia dos Pais. E eu?’, lamenta filho de petista morto
Filho de Marcelo Arruda, assassinado durante seu aniversário com o tema do PT, também lamentou a decisão de prisão domiciliar ao réu
Leonardo Miranda, filho do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, lamentou nas redes sociais a decisão da Justiça de conceder a prisão domiciliar do agente penitenciário federal Jorge Guaranho, acusado pelo assassinato de seu pai. Desde o ocorrido, no início de julho, o bolsonarista estava internado em uma unidade de saúde de Foz do Iguaçu (PR).
Guaranho teve alta na quarta-feira, 11, do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, onde estava sob custódia policial, por estar em prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele foi denunciado por homicídio duplamente qualificado, por motivação fútil e por colocar em risco a vida das pessoas.
Devido à decisão, o filho do petista divulgou uma nota em seu perfil do Instagram, em que expressou seu "total desapontamento" com a Justiça. Leonardo afirmou que, enquanto ele e os irmão não têm mais a presença do pai para comemorar o Dia dos Pais, Guaranho poderá celebrar a data ao lado da família em casa, mesmo sendo réu por homicídio.
"Através dessa nota, manifesto meu total desapontamento com a Justiça, as autoridades envolvidas e o Governo do Estado do Paraná. Neste dia 10 de Agosto, 1 mês do assassinato de meu pai, Marcelo Arruda, o Governo não se mostra preparado para receber um "preso" em uma Clínica Médica Penitenciária por não conseguir oferecer estrutura suficiente e através do Juiz responsável permitindo a prisão domiciliar. Após ter cometido tamanha barbárie e acabado com a vida de um pai de família, o assassino ficará em casa, curtindo o dia dos pais com seu filho, se "recuperando". E eu? E nós filhos de Marcelo? Seguimos em busca de Paz e Justiça, por Marcelo Arruda!".
Na noite de 9 de julho, Guaranho, assumidamente apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi até a Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, onde ocorria a festa de aniversário de 50 anos de Arruda, decorada com as cores do Partido dos Trabalhadores (PT) e com fotos do ex-presidente Lula.
O policial penal chegou em um carro, com a esposa e o filho de três meses no banco de trás, tocando no rádio do veículo, em volume alto, uma música da campanha de Bolsonaro nas eleições de 2018 e gritando palavras como "Mito" e "Aqui é Bolsonaro".
Após um desentendimento entre os dois, o bolsonarista saiu prometendo retornar para matar o petista. E ele cumpriu a promessa. Pouco tempo depois, chegou na festa atirando contra Arruda, que revidou e acertou até seis tiros no bolsonarista. Após cair no chão, Guaranho também foi agredido com pelo menos 20 chutes de convidados, conforme imagens das câmeras de segurança do local. Essas pessoas estão sendo investigadas em um inquérito separado.