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Ataque americano em Bagdá mata comandante iraniano

3 jan 2020 - 06h05
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Bombardeio com drones ordenado por Trump mata o general Qassim Soleimani, líder da poderosa Força Quds. Ele esteve por trás de quase todas as grandes operações da inteligência iranianas nas duas últimas décadas.O mais alto comandante do setor de inteligência e das forças de segurança do Irã foi morto nesta sexta-feira (03/01), num ataque com drones no aeroporto de Bagdá ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O comboio em chamas após o ataque americano
O comboio em chamas após o ataque americano
Foto: DW / Deutsche Welle

O comandante, o major general Qassim Soleimani, líder da poderosa Força Quds do Exército de Guardiães da Revolução Islâmica, foi morto - assim como vários membros de milícias iraquianas apoiadas por Teerã - quando um drone americano MQ-9 Reaper disparou mísseis contra um comboio que deixava o aeroporto.

"Por ordem do presidente, as Forças Armadas dos Estados Unidos tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal americano no estrangeiro, matando Qassem Soleimani", disse o Departamento de Defesa americano, em comunicado divulgado na quinta-feira.

Acredita-se que Soleimani esteve por trás de praticamente todas as operações significativas da inteligência e das forças militares iranianas durante as duas últimas décadas. Sua morte não só é um duro golpe para o Irã como tem potencial para escalar a tensão no Oriente Médio.

O Departamento de Defesa acusa Soleimani de aprovar o ataque inédito à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá no início desta semana. Assim, disseram os EUA, o ataque ao general "teve como objetivo dissuadir futuros planos de ataque iranianos".

O líder supremo do Irã prometeu vingar a morte do general. "O martírio é a recompensa pelo trabalho incansável durante todos estes anos. Se Deus quiser, o seu trabalho e o seu caminho não vão acabar aqui. Uma vingança implacável aguarda os criminosos que encheram as mãos com o seu sangue e o sangue de outros mártires", afirmou Ali Khamenei.

Antes dele, o chefe da diplomacia iraniana já tinha avisado que o ataque ordenado por Trump constitui uma "escalada extremamente perigosa". "O ato de terrorismo internacional dos Estados Unidos é extremamente perigoso e uma escalada imprudente", afirmou Mohammad Javad Zarif, no Twitter.

O bombardeio também matou Abu Mehdi al-Muhandis, o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi].

As autoridades dos Estados Unidos foram alertadas para possíveis ataques de retaliação iranianos, possivelmente incluindo ciberataques e terrorismo, também contra interesses e aliados americanos.

Israel se prepara para eventuais ataques iranianos. Alguns dos locais turísticos mais populares do país, incluindo o resort de esqui de Hermon, foram fechados, e as forças armadas entraram em alerta, disseram as autoridades.

Herói nacional no Irã

Para o Irã, a morte de Soleimani representa a perda de um ícone cultural, que simbolizava o orgulho nacional e a resiliência enquanto o país enfrentava os EUA e suas sanções.

Embora tenha tido o cuidado de evitar envolver-se publicamente na política, a figura de Soleimani ganhou importância perante as forças americanas e israelenses, que atribuem a ele os vários ataques por procuração iranianos no Oriente Médio.

As forças armadas convencionais do Irã sofrem há 40 anos com sanções americanas, mas a força de elite de Soleimani conseguiu com sucesso construir um programa de míssil balístico. A Força Qods pode, além disso, atacar na região através de forças como o Hisbolá do Líbano e os rebeldes Houthi do Iêmen.

Como chefe da Quds, Soleimani liderou todas as ações expedicionárias das últimas décadas e frequentemente se deslocou entre o Iraque, o Líbano e a Síria. Os membros da Força Quds foram, por exemplo, destacados para a longa guerra da Síria para apoiar o presidente Bashar al-Assad, bem como para o Iraque na sequência da invasão americana de 2003 que derrubou o ditador Saddam Hussein, um inimigo de longa data de Teerã.

Muitos consideram que Soleimani era a segunda pessoa mais poderosa do Irã, atrás apenas de Khamenei, e, provavelmente, à frente do presidente Hassan Rohani. Através de uma mistura de operações de segurança e coerção diplomática, ele foi mais responsável do que ninguém no país por projetar a influência do Irã na região.

A escalada de tensão ocorre no momento em que o Iraque já estava à beira de uma guerra por procuração de potências da região, e pouco depois de um cerco de dois dias à embaixada dos EUA em Badgá por uma multidão de militantes iraquianos. O Pentágono acusou Soleimani de ter coordenado o ataque.

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