Aumento de casos do vírus oropouche nas grandes cidades preocupa especialistas
Conheça os sintomas da doença, seu tratamento e como prevenir-se
Rio de Janeiro, 20 de julho de 2017 - Infectologistas estão em alerta diante do aumento de casos de um novo vírus em áreas urbanas e grandes cidades: o oropouche, transmitido pelo mosquito Culicoides paraensis. Foi confirmado, recentemente, um caso da doença na Bahia. Além de febre alta, o vírus também pode causar meningite e inflamação das meninges e do encéfalo em parte dos
infectados, sendo uma patologia potencialmente perigosa. Por ser um arbovírus - um tipo de vírus transmitido por mosquitos -, o oropouche tem grande capacidade de distribuição. O Dr. Alberto Chebabo, infectologista e integrante do corpo clínico do laboratório Sérgio Franco, explica como detectar os sintomas, de que forma deve ser feito o tratamento e as maneiras mais eficazes de prevenir-se.
O que é o vírus oropouche e de que forma ele é transmitido?
Dr. Alberto Chebabo: O oropouche é uma arbovirose transmitida aos humanos através da picada do mosquito Culicoides paraensis, que é mais conhecido como mosquito borrachudo ou maruim. Ele é normalmente encontrado em países de clima tropical, como na América do Sul, América Central e algumas partes do Caribe, mas, no Brasil, estava concentrado principalmente na região amazônica. O que percebemos é que ele está se tornando mais adaptável ao meio urbano e está aumentando seu território, podendo chegar com facilidade aos grandes centros urbanos. Também foram confirmados casos no Peru e em países do Caribe.
Além disso, já temos confirmação de que o vírus foi isolado em aves no Rio Grande do Sul e em um macaco sagui em Minas Gerais. Recentemente, foi detectada a presença de anticorpos neutralizantes - que encontram o vírus no organismo - em outros primatas em Goiânia.
O Aedes aegypti também transmite o vírus oropouche?
Dr. Alberto Chebabo: Até o momento não podemos confirmar se o vírus pode ser transmitido por outras espécies de mosquito, como o Aedes aegypti, porque todos os casos já registrados foram disseminados exclusivamente pelo mosquito Culicoides paraensis.
Quais são os sintomas?
Dr. Alberto Chebabo: Em 2002, 128 pessoas foram diagnosticadas com a febre do oropouche - outro nome para o vírus - em Manaus (AM). Em um primeiro momento, os sintomas são os mesmos da dengue, chikungunya, zika e febre amarela: dor nas articulações, febre aguda, náuseas e dor de cabeça muito forte. Porém, alguns pacientes desenvolveram infecção no sistema nervoso central. O mais curioso sobre esses casos é que, a princípio, esses pacientes foram diagnosticados como portadores do vírus da dengue, então, é preciso manter a atenção redobrada sobre os novos casos de dengue registrados no país.
Há tratamento? Como é feito?
Dr. Alberto Chebabo: Ainda não temos tratamento específico disponível, sendo indicada, assim como nas outras arboviroses, apenas a terapêutica sintomática, com medicamentos para dor, febre e mal-estar. Dessa forma, damos tempo e condições para que o organismo responda.
De que maneira as pessoas podem se proteger de uma possível contaminação?
Dr. Alberto Chebabo: Como ainda não temos o número total de casos confirmados no país e também não dispomos de uma vacina específica para o vírus, a ação de prevenção recomendada é combater a reprodução do mosquito em áreas urbanas da mesma forma que é indicada nas campanhas de dengue, zika, febre amarela e chikungunya. É preciso retirar toda a água parada de
vasos de plantas, caixas-d'água, pneus e outros recipientes destampados, que são os locais perfeitos para a proliferação tanto do Aedes aegypti quanto do Culicoides paraensis. Além disso, para se proteger também do mosquito adulto em caso de epidemia da doença, é necessário o uso de repelentes e roupas que cubram a pele o máximo possível.
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