Avaliação positiva do governo Bolsonaro sobe de 29,4% para 34,5% em cinco meses, diz pesquisa
'Melhoria do desempenho da economia é muito desejada pela população e saúde é o maior desafio', diz CNT/MDA
Após perder apoio ao longo do primeiro ano de governo, o presidente Jair Bolsonaro recuperou parte da avaliação positiva entre a população por causa da economia. É o que mostra pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) com o Instituto MDA divulgada nesta quarta-feira, 22.
A quantidade de pessoas que avalia o governo como ótimo ou bom subiu de 29,4% para 34,5% entre agosto do ano passado e janeiro deste ano, alcançando tecnicamente o índice de fevereiro de 2019 (38,9%). A soma de ruim e péssimo caiu de 39,5% para 31% em cinco meses - ainda acima dos 19% de avaliação negativa no segundo mês de governo.
A aprovação do desempenho pessoal de Bolsonaro na gestão também melhorou, aumentando de 41% para 47,8% em cinco meses e empatando tecnicamente com a desaprovação (47%). Nessa pergunta, o instituto questiona os entrevistados se aprovam ou desaprovam o desempenho pessoal do presidente da República à frente da administração. No acúmulo de 11 meses de governo, a aprovação caiu 9,7 pontos.
Economia
A aprovação da reforma da Previdência no Congresso Nacional, a inflação baixa, a liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a 13º parcela do Bolsa Família fizeram a percepção das pessoas em relação ao governo melhorar, apontaram os autores do levantamento.
A economia, por exemplo, foi a área que mais avançou na avaliação dos entrevistados. Para 22,1% das pessoas consultadas, esse é o setor com melhor desempenho no governo. Na última pesquisa do instituto, divulgada em agosto, o indicador para a economia era de 10%. Após esse período, os congressistas aprovavam uma reforma no sistema de aposentadorias no País.
Além disso, o governo liberou cerca de R$ 42 bilhões em saques do FGTS desde julho. A maior parte do dinheiro foi usada para pagar dívidas, de acordo com a pesquisa da CNT. Em dezembro, a administração federal liberou outros R$ 2,5 bilhões por meio de uma parcela extra para beneficiários do Bolsa Família.
Os resultados da pesquisa mostram recuperação dos índices positivos de Bolsonaro após o primeiro ano do governo, afirmou a CNT. "Na nossa análise, a tendência é mudar. O ponto de inflexão foi feito agora. Daqui para frente, é necessário um pouco mais de tempo e mais pesquisa para confirmar (a melhoria) como tendência", disse o presidente confederação, Vander Costa.
Quando os entrevistados foram perguntados sobre a expectativa para os próximos seis meses, 43,2% responderam que o emprego vai melhorar, contra 18,9% que projetam uma piora. Renda mensal, saúde, educação e segurança pública foram outras áreas que registraram mais otimistas do que pessimistas na avaliação.
Áreas
Combate à corrupção, economia e segurança pública são as áreas em que o governo melhor desempenhou seu papel desde que Bolsonaro tomou posse, apontou a pesquisa. Os setores são aqueles comandados pelos ministros Sérgio Moro e Paulo Guedes na administração. Os dois foram nomeados como "superministros" da gestão.
Durante o primeiro ano, Moro apresentou um pacote anticrime, aprovado no Congresso e sancionado por Jair Bolsonaro. No entanto, houve desidratação na proposta e a inclusão de medidas criticadas pelo ministro, como a criação do juiz de garantias. Em mensagem natalina no ano passado, o presidente afirmou que o ano de 2019 estava terminando "sem qualquer denúncia de corrupção", apesar das investigações envolvendo o filho e senador Flávio Bolsonaro (RJ).
Para 30,1% dos entrevistados, o combate à corrupção é a área com melhor desempenho no governo. Em seguida, aparecem economia (22,1%) e segurança pública (22%). Outros setores, porém, tem uma avaliação inferior entre a população: reformas (9,2%), infraestrutura (7,4%), relações internacionais (7,2%), privatizações (6,5%), educação (6,%) e saúde (5,4%).
O meio ambiente é o setor com pior desempenho no governo. Apenas 2,6% das pessoas avaliam a gestão na área ambiental como a melhor dentro do governo. Ao longo de 2019, Bolsonaro se viu diante de desgaste em relação a ocorrências como as queimadas na Amazônia.
A pesquisa foi realizada dos dias 15 a 18 de janeiro deste ano. De acordo com o instituto, foram realizadas 2.002 entrevistas em 137 municípios de 25 Unidades da Federação. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais.
Eleições 2022
Bolsonaro lidera pesquisa espontânea de intenções de voto para as eleições de 2022, mostra o levantamento.
Faltando mais de dois anos para a disputa, Jair Bolsonaro (sem partido) aparece com 29,1% das intenções de voto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 17%. O ex-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), por sua vez, registrou 3,5%. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, apareceu com 2,4% das intenções para 2022. Fernando Haddad (PT) teve 2,3%.
O instituto perguntou em quem as pessoas votariam se as eleições para presidente da República fossem hoje. Não foram apresentados nomes específicos de candidatos, ou seja, os entrevistados apontaram os prediletos espontaneamente.