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BC avalia que há necessidade de cautela e diligência na concessão de crédito, segundo ata do Comef

4 dez 2024 - 08h51
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As instituições financeiras mantiveram o apetite por risco nos últimos três meses, de acordo com o Banco Central, que no entanto avaliou que existe a necessidade de cautela e diligência na concessão de crédito.

A ata da reunião de novembro do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), divulgada nesta quarta-feira, destacou que o ritmo de crescimento do crédito acelerou na carteira às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) que já possuem materialização de risco e endividamento elevados.

Para as famílias, o BC apontou que, além da aceleração do crédito nas modalidades de maior risco, houve leve piora na qualidade das concessões em algumas modalidades de menor risco, diante de um contexto de comprometimento de renda e endividamento elevados.

"Na visão do Comitê, esse cenário, adicionado à elevação da taxa de juros, requer cautela e diligência adicionais na concessão de crédito, tanto na qualidade dos empréstimos quanto no apetite ao risco", mostrou o documento.

O Comef avaliou também que os preços dos ativos e o crescimento do crédito não representam preocupação no médio prazo, embora existam incertezas a serem acompanhadas.

Segundo a ata, o crédito bancário manteve seu ritmo de crescimento, em linha com a atividade econômica e com a manutenção do apetite ao risco.

"A importância do crédito obtido via mercado de capitais é substancial e continua crescendo", disse.

O BC ainda indicou que o cenário global prospectivo apresenta riscos que podem levar à materialização de cenários de reprecificação de ativos financeiros globais.

Entre os fatores para isso, foram citadas incertezas acerca do ritmo da atividade, da extensão do período de juros elevados e dos níveis de equilíbrio das taxas de juros no longo prazo, da sustentabilidade fiscal e da adequação das políticas anunciadas nas principais economias.

"Há também preocupações quanto à divergência entre os fundamentos e a valorização dos ativos de risco ou imobiliários e quanto a riscos de choques exógenos adicionais", disse a ata.

"Além disso, os eventos de estresse no setor financeiro desde 2023 mostraram que há vulnerabilidades acumuladas tanto nos bancos quanto em IFs não bancárias que podem materializar riscos financeiros relevantes. Em geral, as economias emergentes mostraram resiliência diante do cenário externo adverso", completou.

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