BC deve acelerar ritmo de alta e subir juro para 11,25% ao ano
O Banco Central (BC), por intermédio de seu Comitê de Política Monetária (Copom), realizou uma reunião nesta quarta-feira (6) e decidiu acelerar o ritmo de elevação dos juros básicos da economia. A decisão anunciada foi a de um aumento a Selic de 10,75% para 11,25% ao ano, uma elevação de 0,5 ponto percentual. Se confirmado, esse será o segundo aumento seguido, e o maior desde maio de 2022, ou seja, em dois anos e meio.
O comportamento da taxa de câmbio tem um impacto direto nos preços internos, influenciando tanto os custos de importação de insumos quanto a competitividade dos preços nacionais no mercado internacional. Recentemente, o dólar comercial atingiu seu valor mais alto desde maio de 2020, reflexo de incertezas tanto no cenário nacional quanto internacional, incluindo as eleições nos Estados Unidos e dúvidas sobre a política fiscal brasileira.
Quais fatores influenciam o mercado cambial?
O câmbio é afetado por fatores variados, como eventos políticos e econômicos internacionais. As eleições nos Estados Unidos representam um exemplo claro, com a vitória de Donald Trump poderia acentuar o protecionismo, afetando diretamente o fluxo de capitais para países emergentes como o Brasil. Por sua vez, internamente, o aumento dos gastos públicos e a atividade econômica em expansão alimentam a perspectiva de inflação, pressionando o Banco Central a manter uma política monetária mais restritiva.
Como é definida a taxa Selic?
A definição da taxa básica de juros no Brasil, feita pelo BC busca controlar a inflação a médio prazo. A eficácia das mudanças na Selic leva de seis a 18 meses para se refletir plenamente na economia. Nesse contexto, a política monetária atual já visa alcance de metas de inflação para 2025 e além. O Conselho Monetário Nacional (CMN) ajustou o regime de metas a partir de 2025, estabelecendo uma meta contínua de 3%, com tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Quais são os efeitos da taxa de juros elevada na economia?
Uma elevação na Selic pode ter diversas repercussões na economia. Veja a seguir alguns desses efeitos:
- Crescimento econômico: A alta dos juros tende a frear o consumo e dificultar investimentos produtivos, impactando negativamente o PIB, emprego e renda;
- Contas públicas: O custo do serviço da dívida pública aumenta, resultando em maior despesa com juros. Nos últimos 12 meses até agosto de 2024, essa despesa alcançou R$ 854 bilhões;
- Investimentos financeiros: Aplicações em renda fixa se tornam mais atraentes, podendo reduzir o interesse no mercado acionário.
Diretor Gabriel Galípolo participa da cerimônia de abertura do 2º Simpósio Liberdade Econômica, em Brasília.
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— Banco Central BR (@BancoCentralBR) November 5, 2024