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Bebianno volta a criticar medida do governo Bolsonaro

Para o ex-ministro, demissão do general Maynard Santa Rosa é um "desrespeito ao exército"

5 nov 2019 - 12h43
(atualizado às 13h25)
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O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno criticou o tratamento dado ao general Maynard Santa Rosa no governo. O militar comunicou sua demissão da Secretaria de Assuntos Estratégicos, órgão ligado à Secretaria-Geral, na segunda-feira, 4. Ele estava no cargo desde o início do ano.

"Recebi a notícia (da demissão) com indignação. Considero uma falta de respeito com as Forças Armadas. O general Santa Rosa não é um general qualquer. Ele é considerado uma unanimidade e o presidente sequer falou com ele. Considero uma falta de respeito com o Exército", afirmou Bebianno, em entrevista ao Estado.

O ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência Gustavo Bebianno, o presidente Jair Bolsonaro e o General Maynard Marques de Santa Rosa em janeiro deste ano no Palácio do Planalto.
O ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência Gustavo Bebianno, o presidente Jair Bolsonaro e o General Maynard Marques de Santa Rosa em janeiro deste ano no Palácio do Planalto.
Foto: Alan Santos/Presidência da República / Estadão Conteúdo

Santa Rosa era o último secretário nomeado por Bebianno, primeiro ministro a perder o posto na Esplanada, ainda em fevereiro. Segundo apurou o Estado, a saída do secretário foi motivada por descontentamentos na relação com o atual ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira. Logo que assumiu o cargo, em junho, Oliveira afastou a secretária de Modernização do Estado, Márcia Amorim, também nomeada por Bebianno.

Para o ex-ministro, a demissão de Santa Rosa é "uma perda irreparável ao governo, pela sua capacidade de tocar a área estratégica". "Isso deixa evidente que os interesses do Palácio do Planalto e do núcleo duro do governo estão longe de serem os mesmos interesses do Brasil", afirmou, completando que, com o afastamento do general, "a burocracia, a mediocridade e o apadrinhamento saíram favorecidos".

Questionado quem seriam os apadrinhados e quem os apadrinhariam, o ex-ministro Bebianno preferiu não mencionar nomes. "Até por uma questão ética. Mas o que chega ao meu conhecimento, à distância, e não sei até que ponto é procedente ou não, é que o pessoal do MDB e estariam ocupando diversos espaços ali na Secretaria-Geral da Presidência."

Após deixar o governo e o PSL, Bebianno se filiou ao PSDB e se aproximou do governador de São Paulo, o tucano João Doria.

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