Biden concede perdões a servidores em suas últimas horas no cargo
Horas antes de deixar a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu perdões para figuras-chave da política e do governo, incluindo o general Mark Milley, o médico Anthony Fauci e a ex-deputada republicana Liz Cheney. Os alvos dos perdões incluem pessoas que foram ameaçadas publicamente pelo sucessor, Donald Trump, em meio a acusações de perseguição política.
"Nossa nação depende de servidores públicos dedicados e altruístas todos os dias. Eles são o sangue vital da nossa democracia", afirmou Biden em comunicado oficial. Ele destacou que a medida não sugere culpa ou má conduta por parte dos beneficiados, mas busca proteger aqueles que enfrentaram intimidações por cumprir seus deveres.
Biden usa perdões como resposta a ameaças de Trump
A decisão de Biden é considerada um uso raro e amplo do poder presidencial de perdão. Trata-se de uma tentativa de blindar aliados e críticos de Trump contra possíveis retaliações prometidas pelo novo governo. Durante a campanha, Trump ameaçou investigar e processar não apenas democratas, mas também ex-integrantes de sua administração e republicanos que se opuseram a ele.
O general Milley, que serviu como chefe do Estado-Maior Conjunto no governo Trump, foi um crítico vocal do republicano, chegando a qualificá-lo como fascista. Já Fauci, que atuou como principal conselheiro de saúde na pandemia da Covid-19, tornou-se alvo constante de ataques da direita por sua defesa de vacinas e medidas de restrição. Cheney, por sua vez, foi vice-presidente do comitê que investigou a invasão ao Capitólio em 2021, um episódio que marcou o fim do governo Trump e deixou cicatrizes profundas na política americana.
Em nota, Biden justificou os perdões como uma forma de preservar a integridade do serviço público e proteger indivíduos que, segundo ele, sofreram investigações e ameaças sem fundamento. "Estas são circunstâncias excepcionais, e não posso, em boa consciência, não fazer nada", declarou.
O gesto final de Biden estabelece um contraste direto com as ameaças de Trump, que frequentemente sugeriu o uso de investigações e processos judiciais como ferramentas de vingança política.
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