Bolsonaro diz que ex-ministro do Turismo cometeu 'excesso' e anuncia sucessor como efetivo da pasta
Presidente nega que troca tenha por objetivo influenciar na eleição da Câmara
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, 10, que a demissão de Marcelo Álvaro Antônio do comando do Ministério do Turismo ocorreu porque o ex-chefe da pasta cometeu "excesso". Além disso, negou ter feito a troca para tentar influenciar a eleição da Câmara, em fevereiro.
Durante a transmissão ao vivo pelas redes sociais, o mandatário afirmou que Marcelo Álvaro fazia um bom trabalho e que continuará sendo "nosso amigo". Bolsonaro criticou a imprensa por ter feito um elo entre a demissão e a disputa interna da Câmara.
Contudo, foi o próprio Marcelo Álvaro quem lançou a versão ao expor em um grupo de mensagens as articulações do Planalto para sair vitorioso no processo de sucessão do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Álvaro disse que o general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, ofereceu o ministério ao Centrão, em troca de apoio ao candidato do governo. O Planalto apoia Arthur Lira (Progressistas-AL), réu por corrupção passiva.
"Estava fazendo um bom trabalho, ninguém nega isso daí. Teve um problema. Houve excesso, né? Mas está resolvido isso aí", comentou Bolsonaro. "Ele continua amigo nosso. No que pudermos ajudar, ajudaremos".
O novo ministro é Gilson Machado, amigo pessoal de Bolsonaro que comandava a Embratur. Na transmissão, o presidente sinalizou que não pretende trocá-lo ao perguntar se Machado estava pronto para ser "ministro efetivo" da pasta.
"O Gilson está aqui. Já publicou em Diário Oficial ele como ministro efetivo. Assinei hoje também o seu termo de posse", disse o presidente. "Não teve nada de negociação".