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Bolsonaro quer implementar caça submarina em área protegida

Declaração foi dada em entrevista ao programa Luciana by Night, na Rede TV; nesta quarta, disse que quer transformar Angra em 'Cancún brasileira'

8 mai 2019 - 17h38
(atualizado às 17h51)
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça, 7, em entrevista ao programa Luciana by Night, na Rede TV, que pretende autorizar a prática de caça submarina na região de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

Para isso, vai precisar revogar o decreto 98.864/90, do ex-presidente José Sarney, que torna a área uma Estação Ecológica e proíbe a pesca na região. Na ocasião da fala, o presidente lamentava o fato de ter abandonado esportes que praticava antes do atentado à faca que sofreu durante a campanha eleitoral, em Juiz de Fora.

Presidente da República Jair Bolsonaro fala com a imprensa ao término da reunião.
Presidente da República Jair Bolsonaro fala com a imprensa ao término da reunião.
Foto: Carolina Antunes / PR

"Hoje em dia o que sobrou para mim foi a caça submarina. Pretendo implementá-la ali na região de Angra. Lá é uma Estação Ecológica demarcada por decreto presidencial. Estamos estudando nesse sentido, né, revogar isso aí e abrir aquela área para fazer um turismo, realmente, que o Brasil merece. A iniciativa privada vai investir ali naquela região, e quem sabe nós tenhamos uma Cancún aqui na baía de Angra brevemente", disse.

Em 2012, também em Angra, Bolsonaro foi multado pelo Ibama em R$ 10 mil depois de ser flagrado pescando na área protegida. No início deste ano, o instituto cancelou a multa.

'Cancún brasileira'

O presidente afirmou nesta quarta que pretende transformar o local onde foi multado em 2012 por pesca ilegal, em Angra dos Reis, numa "Cancún Brasileira", disse após participar de evento comemorativo aos 74 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro.

Ao lado do governador Wilson Witzel, que no último fim de semana fez uma polêmica operação naquela região, Bolsonaro anunciou que a promoção do município depende apenas de um decreto presidencial, que anularia outro decreto que, segundo ele, atrapalha o desenvolvimento da região.

"A Estação ecológica de Tamoios (em Angra) não preserva absolutamente nada e faz com que uma área rica, que pode trazer bilhões (de reais) por ano para o turismo, está parada por falta de uma visão mais objetiva, mais progressista disso daí", disse o presidente a jornalistas em rara entrevista na cidade.

"O meio ambiente e o progresso podem casar sim e permanecer juntos para o bem da nossa população", ressaltou.

Foi justamente em Angra dos Reis, no local conhecido como Estação Ecológica de Tamoios que Bolsonaro foi multado por ser pego em flagrante pescando em área proibida. A multa, de R$ 10 mil, foi suspensa no início de janeiro, após a posse de Bolsonaro na presidência.

Angra também foi centro de polêmica após reportagem que apontou uma assessora parlamentar que recebia pelo governo mas trabalhava na residência de Bolsonaro no balneário. "Angra pode ter certeza, brevemente, se deus quiser será uma Cancún aqui no Brasil", finalizou. / COLABOROU DENISE LUNA

Estadão
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