Bolsonaro e Lula prometem manter Auxílio Brasil em R$ 600 ano que vem
Ambos asseguram que programa que substituiu Bolsa Família seguirá com o valor atual; Ciro critica afirmação de presidente sobre a economia "estar bombando"
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a economia brasileira "está bombando" ao ser questionado sobre como fará para conseguir os recursos necessários para manter o Auxílio Brasil nos atuais R$ 600. Segundo o candidato à reeleição, o Brasil nunca recebeu tantos investimentos externos como em sua gestão e afirmou ainda que seu governo está dando certo, sem citar taxas de desemprego e de inflação, por exemplo.
Para Ciro Gomes (PDT), no entanto, "tudo está fora do lugar". "Me choca ouvir o presidente dizer que a economia tá bombando se apenas entre os desalentados são 5 milhões de pessoas que deixaram de procurar emprego. No total, são 50 milhões de pessoas esfoladas, vivendo na informalidade."
O segundo bloco do 1º debate presidencial na TV foi marcado por embates diretos entre os candidatos e temas relacionados à economia e pautas de comportamento. Tanto Bolsonaro como o ex-presidente Lula afirmaram que têm a intenção de manter o valor atual do auxílio que substituiu o Bolsa Família em R$ 600 também em 2023.
"Logicamente esse auxílio se aproxima do mínimo necessário para a pessoa sobreviver. De onde tirar dinheiro? Tenho conversado com a equipe econômica. Conseguimos negociar os precatóros. Para o PT, quando pior estiver o povo mais pobre, melhor para eles fazerem política", acusou Bolsonaro.
Lula rebateu dizendo que a promessa do presidente não está oficializada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso Nacional por seu governo. A LDO é a lei que prevê como devem ser usados os recursos do orçamento. "Há uma mentira no ar. Não está na LDO. E é uma inverdade dizer que o PT é contra o auxílio de R$ 600. Nós temos reivindicado isso há dois anos. Mas essa política precisa ser feita em continuidade juntamente com uma política de geração de empregos", afirmou o petista.
O uso político da religião também foi tema do segundo bloco do debate, assim como a pauta feminina. Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) defenderam a liberdade religiosa, o Estado laico e a busca por equidade salarial entre homens e mulheres.
Simone disse que ser feminista é defender o direito das mulheres. Olhar para mulheres nas ruas, defender a lei de igualdade salarial que está parada no Congresso. "Precisamos de uma mulher para arrumar a casa", disse.