Bolsonaro evita comentar julgamento sobre prisão em segunda instância
Presidente disse que, como chefe do Executivo, deve evitar atritos com o Legislativo e o Judiciário e que decisão não lhe cabe
PEQUIM - Em meio ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode mudar o entendimento sobre prisão após condenação em segunda instância, o presidente Jair Bolsonaro tenta se manter afastado de polêmicas sobre o assunto. A alteração pode beneficiar presos como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não estou achando nada. Sou chefe do Executivo, não sou mais deputado. Não posso ter atrito com o Legislativo, com o Judiciário. A decisão é deles", disse Bolsonaro ao ser questionado sobre o assunto por jornalistas, em Pequim.
Há alguns dias, a conta do presidente nas redes sociais publicou um texto a favor da condenação após segunda instância, ou seja, antes do processo tramitar em julgado, mas depois apagou o comentário. Um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), pediu desculpas pelo conteúdo postado.
Na semana passada, véspera do início do julgamento, Bolsonaro recebeu três ministros do STF pra reunião no Palácio do Planalto, mas o assunto das conversas não foi divulgado. "O que conversaram é reservado, não vou divulgar, eu perco a confiança", disse hoje.