Bolsonaro nega influência na Abin após PF apontar suposta interferência em investigação
Jair Renan, um dos filhos do presidente, é suspeito de ter facilitado acesso de empresário a contratos com o governo; chefe do Executivo também minimizou o fato de um parente ter comprado imóvel com dinheiro em espécie
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta terça-feira, 30, que tenha influência sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), após a Polícia Federal (PF) apontar suposta interferência do órgão em uma investigação que envolve Jair Renan, um dos filhos do chefe do Executivo.
"Investigue. Não compare meus filhos com os do Lula. Vocês passaram anos sem falar do filho do Lula. Qualquer filho tem de ser investigado, agora parem de massacrar", disse Bolsonaro ao sair de um evento, em Brasília, com empresários dos setores de comércio e serviços. "Não sei. Não tenho influência sobre a Abin, ela faz seu trabalho", emendou.
Eleições no Estadão
De acordo o jornal O Globo, a PF afirmou em relatório que a Abin atrapalhou uma investigação contra Jair Renan. Em depoimento, segundo a reportagem, um integrante da agência admitiu ter recebido a missão de levar informações sobre o inquérito relacionado ao filho de Bolsonaro com o objetivo de "prevenir riscos à imagem" do presidente da República.
Jair Renan e seu preparador físico, Allan Lucena, se tornaram alvos da PF em março do ano passado. Eles são suspeitos de ter facilitado o acesso de um empresário interessado em contratos com o governo.
Ao ser questionado nesta terça-feira sobre uma reportagem do Uol segundo a qual mais da metade do patrimônio do clã Bolsonaro foi comprado com dinheiro em espécie, o presidente e candidato à reeleição também se defendeu. "Qual o problema de comprar com dinheiro vivo os imóveis?", declarou.