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Bolsonaro responde a bispo e diz que ter arma é liberdade

Durante a celebração de missa em Aparecida na terça-feira, dom Orlando Bernardes afirmou que 'pátria amada não é pátria armada'

13 out 2021 - 16h24
(atualizado às 17h26)
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Um dia depois de ser confrontado por autoridades católicas sobre a liberação da compra de armas, o presidente Jair Bolsonaro disse que no Brasil só bandido anda armado e comparou a posse de arma com a liberdade. "Nós devemos nos preocupar com nossa liberdade, o bem maior de uma nação. Sem liberdade não há vida", disse. Na terça-feira, 12, durante celebração de missa em Aparecida, o arcebispo dom Orlando Brandes afirmou que "pátria amada não é pátria armada".  

Bolsonaro disse que respeita os bispos e todos que tenham uma posição diferente da sua. "O que acontecia no Brasil é que só os marginais e os bandidos tinham arma de fogo. Não pude aprovar a lei como queria, mas alteramos decretos e portaria para que a arma de fogo seja uma realidade." O presidente esteve em Miracatu, no Vale do Ribeira, nesta quarta-feira, 13, para entregar cerca de 4 mil títulos de regularização fundiária a assentados da reforma agrária na região. Seu irmão, Renato Bolsonaro, exerce o cargo de chefe de gabinete da prefeitura. 

Bolsonaro segue na contramão do mundo
Bolsonaro segue na contramão do mundo
Foto: Wallace Martins / Futura Press

Ele reconheceu que o povo brasileiro está sofrendo com a inflação e os preços altos do gás, dos combustíveis e dos alimentos. "Podem reclamar do presidente da República, mas primeiro veja quanto o seu governador está cobrando de ICMS. O valor do tributo federal não foi alterado desde janeiro de 2019. O (governador João Doria, do PSDB) de São Paulo aumentou o ICMS do combustível em plena pandemia."

Segundo ele, combustíveis e gás estão subindo em todo o mundo e seria a conta que o mundo está pagando "da política covarde e criminosa que é aquela do fiquem em casa que a economia vem depois." Ele se vangloriou de ter sido talvez o único presidente no mundo todo a se insurgir contra as medidas restritivas e disse que é contra a vacinação obrigatória contra a covid-19. "Nosso governo comprou todas as vacinas que ainda são distribuídas no Brasil, nenhum governador comprou uma dose sequer, e estamos oferecendo de forma voluntária a aqueles que quiserem tomar."

Bolsonaro aproveitou para defender a indicação do ex-advogado geral da União, André Mendonça, para a vaga do ministro Marco Aurélio de Mello no Supremo Tribunal Federal. "Se Eldorado (cidade da região onde Bolsonaro morou) deu um presidente, Miracatu terá um ministro no Supremo Tribunal Federal. À família de Miracatu e de André Mendonça meus cumprimentos pelo homem extremamente competente, capaz e inteligente, e dentro do meu compromisso, um evangélico para o Supremo Tribunal Federal", disse.

Cobrado por uma moradora, contrária à demarcação de um território indígena na região, Bolsonaro voltou a dizer que em seu governo não haverá demarcação de novos territórios indígenas e quilombolas. Ele afirmou que, se o STF decidir contra a fixação de um marco temporal para a definição de terras indígenas, uma área equivalente ao Sudeste brasileiro vai virar território dos índios. "Será o fim do agronegócio no Brasil. Certeza de que a economia sofrerá um duro golpe."

Ao afirmar que seu governo entra no terceiro ano sem denúncia de corrupção, ele aproveitou para criticar os governos anteriores, do PT - o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida eleitoral para 2022, segundo as pesquisas. "No próximo mês estarei em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, vendo o povo da Venezuela fugindo do regime de Chaves e de Maduro. Quero mostrar que um regime adorado por grande parte da imprensa brasileira escraviza as pessoas. Vocês querem isso para o Brasil?", perguntou, acrescentando: "Alguns querem reconduzir à cadeira presidencial esse que colocou o Brasil numa situação bastante complicada."

Clima de campanha. Sem usar máscara, Bolsonaro chegou sobre a carroceria de uma caminhonete e sob os gritos dos apoiadores. Depois, caminhou entre os apoiadores, muitos também sem máscara, e dispendeu 14 minutos cumprimentando apoiadores e posando para fotos. Ele estava acompanhado pela ministra da Agricultura e Abastecimento, Tereza Cristina. Entre os ocupantes da mesa, apenas o irmão do presidente, Renato Bolsonaro, estava de máscara.

Em clima de campanha eleitoral, prefeitos da região levaram os apoiadores para ocupar os 600 lugares reservados para o público em uma estrutura montada ao ar livre. Muitas pessoas ficaram do lado de fora. Na rua à frente, ambulantes vendiam bandeiras e bonecos de Bolsonaro a preços que variavam de R$ 10 a R$ 30. No dia anterior, o presidente viveu momentos mais difíceis, em Aparecida, ao ser recebido entre vaias e aplausos do público e cobrado pelos celebrantes em relação à pandemia e à facilitação da compra de armas.

Estadão
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