Bolsonaro volta a detonar "histeria" e ataca governadores
Declaração foi dada à Super Rádio Tupi; Brasil registrou primeira morte pela covid-19
O presidente Jair Bolsonaro criticou "alguns governadores" e voltou a chamar a crise causada pelo avanço do novo coronavírus de "histeria". As declarações foram feitas em entrevista à Super Rádio Tupi, do Rio, na manhã desta terça-feira, 17. Desde o dia 9 de março, quando falou pela primeira vez sobre a doença, Bolsonaro já chamou a propagação da covid-19 de "fantasia", mas depois apareceu em uma live nas redes sociais usando máscara.
"O que está errado é a histeria, como se fosse o fim do mundo", disse Bolsonaro, que também acusou "grandes órgãos de imprensa" de não o deixarem em paz, em referência às críticas recebidas pelos cumprimentos que fez, no domingo, 15, a manifestantes de um ato pró-governo no Palácio do Planalto.
O presidente criticou a ação de governadores que determinaram medidas de isolamento nos Estados e que, em sua opinião, vão prejudicar a retomada econômica do País e deixar muitos trabalhadores informais desassistidos.
"A economia estava indo bem, fizemos algumas reformas, os números bem demonstravam: a taxa de juros lá embaixo, a questão do Risco Brasil também, então estava indo bem. Esse vírus trouxe uma certa histeria e alguns governadores, no meu entender, eu posso até estar errado, estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia", afirmou Bolsonaro.
As falas ocorrem no dia em que a 14ª pessoa ligada à comitiva presidencial nos Estados Unidos recebeu resultado positivo para o coronavírus e que o País registrou a primeira morte em decorrência da doença.
Bolsonaro já havia afirmado que a preocupação dada ao coronavírus estava "superdimensionada" e negou que houvesse uma crise em curso, culpando mais uma vez a "grande mídia". No entanto, depois que o secretário de comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, recebeu o diagnóstico de covid-19, Bolsonaro apareceu usando máscara em uma live e desaconselhando os atos pró-governo marcados para o domingo, 15.
Também no domingo, em entrevista à CNN Brasil, chamou de "histeria" as medidas adotadas para conter a pandemia do coronavírus, como o fechamento provisório de lugares com grande aglomeração de pessoas, a suspensão de aulas e a proibição de jogos de futebol.