Bombeiros encerram trabalhos em shopping de SP três dias após incêndio
O Corpo de Bombeiros encerrou neste sábado (2) a operação no Shopping 25, no Brás, Centro de São Paulo, após um incêndio de grandes proporções destruir parte do prédio e derrubar o teto, deixando cerca de 200 lojas em ruínas. O fogo começou na quarta-feira (30), mobilizando uma força-tarefa composta por 150 agentes e 30 viaturas.
A operação durou 72 horas e foi realizada com o uso intenso de mangueiras de água para conter, controlar e extinguir as chamas. A equipe de resgate também enfrentou dificuldades por conta do desabamento parcial do teto. Três pessoas foram socorridas e levadas a hospitais devido à inalação de fumaça tóxica, mas receberam alta logo em seguida. Não há registros de feridos graves.
Investigações e imagens do início do incêndio
A Polícia Civil investiga as causas do incêndio, sendo o caso acompanhado pelo 12º Distrito Policial (DP), no Pari. Imagens obtidas pelo portal g1 mostram que o fogo teve início em um box fechado, de onde saía uma fumaça branca. Lojistas tentaram arrombar uma porta de aço para controlar o incêndio, sem sucesso.
O Shopping 25, situado na Rua Barão de Ladário, permanece fechado enquanto se aguarda o laudo das autoridades. Na sexta-feira (1º), o Corpo de Bombeiros autorizou a entrada de alguns comerciantes, que puderam verificar o estado de suas mercadorias. Apesar do incêndio, parte dos produtos permaneceu intacta, sem contato com as chamas.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que o shopping estava em situação irregular no Cadastro de Edificações do Município (CEDI), documento equivalente ao Habite-se. Na última quarta-feira (30), questionamentos sobre a possibilidade de embargo pela subprefeitura foram direcionados à prefeitura, que ainda não se pronunciou sobre o caso. De acordo com Nunes, a reabertura do local só ocorrerá após apresentação de um laudo estrutural e da regularização completa da documentação.
Falhas no sistema de segurança
Uma inspeção realizada pela Coordenadoria de Controle e Uso de Imóveis (Contru), ligada à Prefeitura de São Paulo, havia identificado, em maio de 2022, falhas no sistema anti-incêndio do Shopping 25. Segundo o Corpo de Bombeiros, durante o incêndio, os chuveiros hidráulicos não funcionaram, e o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) estava vencido desde agosto.
A empresa que administra o Shopping 25 é o Grupo Paulista de Investimentos e Participações Ltda, controlado pelo empresário Law Kin Chong e sua esposa, Miriliam Law. Em nota publicada na quinta-feira (31), a empresa declarou que "o prédio conta com Certificado de Segurança emitido pelo Contru e mantinha todos os seus equipamentos de segurança e combate a incêndio em pleno funcionamento".
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou uma linha de crédito de R$ 100 milhões para apoiar os comerciantes afetados pelo incêndio. O prefeito Nunes informou que os lojistas serão temporariamente realocados para o Circuito de Compras, onde ocorre a Feira da Madrugada, a fim de minimizar os prejuízos causados pelo incidente.