Brasil condena ataques de Israel a bases da ONU no Líbano
De acordo com o Itamaraty, tais ações são inaceitáveis e infrigem o Direito Internacional Humanitário, além das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou uma condenação firme aos recentes ataques realizados por Israel contra a missão de paz da ONU, a Unifil, no Líbano. Esses eventos incitaram preocupações internacionais e críticas sobre as violações ao direito internacional que tais ações representam.
Ação de Israel
Na segunda-feira, o governo brasileiro divulgou uma nota oficial condenando o que foi descrito como uma invasão de uma base da Unifil pelas forças armadas israelenses. A nota afirma que tanques israelenses destruíram o portão principal e permaneceram na área por 45 minutos, durante os quais foram registrados disparos nas proximidades. Este foi o terceiro ataque desse tipo relatado na mesma semana, com cinco membros da missão de paz da ONU feridos devido às hostilidades.
O Brasil, que desempenhou um papel significativo na força marítima da Unifil entre 2011 e 2021, manifestou repúdio às contínuas violações. De acordo com o Itamaraty, tais ações são inaceitáveis e infrigem o Direito Internacional Humanitário, além das resoluções do Conselho de Segurança da ONU. A mensagem reitera a importância da Unifil no processo de pacificação no sul do Líbano, referindo-se ao seu papel desde a sua criação pelo Conselho de Segurança em 1978.
Justificativa e estratégia israelense
Em contraponto, Israel, por meio de seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, defendeu a necessidade de retirada da Unifil da área. Netanyahu argumentou que a presença da missão de paz poderia colocar em risco tanto os peacekeepers quanto a segurança regional. Em um comunicado divulgado em uma rede social, ele enfatizou que a melhor maneira de proteger a Unifil seria sua retirada temporária das zonas de conflito.
Esse pedido seguiu-se a uma série de bombardeios que, segundo entidades de direitos humanos, resultaram no deslocamento de mais de 1,2 milhão de pessoas no Líbano. Enquanto Israel alega que as operações visam neutralizar o grupo Hezbollah, que atua no sul do Líbano e tem atacado posições israelenses, as consequências humanitárias têm gerado críticas globais.
Desafios humanitários e segurança regional
O cenário atual no Líbano e a escalada dos conflitos têm exacerbado os desafios humanitários na região. Organizações humanitárias destacam a crescente crise de deslocamento de civis, além do impacto das hostilidades em infraestruturas locais. Tel-Aviv, por sua vez, enfrenta a pressão de proteger sua população frente aos ataques vindouros da resistência libanesa.
A preocupação com o possível fechamento do Porto de Haifa traz à tona os riscos econômicos e geopolíticos do conflito. A situação no Líbano e na região circunvizinha permanece uma questão crítica para a segurança internacional, exigindo atenção contínua da comunidade global.