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Brasil pode passar em branco por principal temporada do ano para títulos de dívida

Mercado espera reunião do Fed em fevereiro, que deve indicar qual o rumo dos juros nos EUA

21 dez 2022 - 17h11
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As empresas brasileiras podem deixar passar a principal temporada que se abre todos os anos no exterior, em janeiro, para captar recursos no mercado de títulos de dívida (bonds). É algo inédito. O motivo é a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em fevereiro, considerada emblemática pelo mercado para o entendimento mais claro sobre qual direção deve tomar o juro norte-americano, que é base da remuneração desses papéis. O contexto local, de muitas dúvidas ainda sobre a condução da política fiscal pelo novo governo Lula, reduz o interesse por essas operações lá fora.

Poucas vezes as grandes companhias brasileiras deixaram de utilizar essa janela para captar no exterior, mesmo em momentos de baixa atividade econômica. Nesses casos, ou seja, quando não precisam de recursos para investir, as empresas aproveitam para trocar dívidas mais caras por mais baratas, com a emissão de novos papéis.

Só cinco empresas emitiram bonds no início do ano

No começo de 2022, as captações externas já tiveram uma freada. Inicialmente, esperava-se que de 10 a 15 empresas fossem lançar papéis no exterior. Apenas cinco emitiram bonds. No total, captaram ao redor de US$ 2 bilhões, menos da metade dos US$ 5,3 bilhões em janeiro de 2021. Aliás, as captações de todo o ano de 2022 ficaram na casa dos US$ 5 bilhões, uma fração da média de US$ 30 bilhões que as companhias costumam levantar lá fora.

Retomada das captações depende da política monetária do Fed

Em relação a 2023, algumas empresas têm procurado bancos de investimento para sondar o mercado externo. Segundo os banqueiros, ainda não há nada muito concreto para vir a mercado. "Não há fila formada por potenciais emissores", diz o responsável pela área de emissão de dívida local e internacional do UBS BB, Samy Podlubny. Para ele, essa é uma indicação de que janeiro deve ser um mês mais magro e até sem nenhuma operação. Em outros anos, já havia uma lista de possíveis nomes para fazer emissões no exterior em novembro e dezembro. "Pode ter alguma coisa, mas vai ser tímido", diz.

A retomada das captações lá fora depende dos rumos da política monetária do Fed e da sinalização de que as taxas de juros podem começar a cair ao fim de 2023. Mesmo assim, Podlubny afirma que 2023 tende ser um ano com mais emissões externas do que 2022, porém ainda aquém dos patamares de anos anteriores. "Estou um pouco mais otimista, mas vindo de uma base muito baixa", diz. "Este ano foi praticamente morto."

Captações devem somar cerca de US$ 15 bi em 2023, estima banco

Ele estima que as captações podem somar algo em torno de US$ 15 bilhões em 2023, ainda abaixo da média de US$ 30 bilhões ao ano desde que o Brasil perdeu o selo de grau de investimento, em 2015. "Já começamos a ver algum movimento", afirma. "Para algumas poucas empresas começa a fazer sentido o mercado externo."

Neste ano, companhias como Vale, JBS e Petrobras aproveitaram o momento para recomprar papéis emitidos lá fora a custos maiores no passado, em estratégia que movimentou mais de US$ 9 bilhões.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 20/12/2022, às 10h18

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Estadão
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