Ação da PF apura repasses da Odebrecht a ex-ministros
A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira a 63ª fase da operação Lava Jato, denominada Carbonara Chimica, para apurar pagamentos indevidos da Odebrecht a dois ex-ministros de Estado e cumpre 11 mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária, informou a PF em nota.
"O nome da operação remete ao fato de que os investigados eram identificados como 'Italiano' e 'Pós-Itália', havendo ainda correlação com a atividade desenvolvida por uma das empresas envolvida no esquema", disse a PF em nota.
"Italiano" seria o apelido de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Casa Civil no mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, enquanto "Pós-Itália" seria a alcunha de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma, na planilha de propinas da Odebrecht.
De acordo com a PF, os pagamentos indevidos teriam sido feitos em troca da aprovação de medidas provisórias que permitiram o refinanciamento e dívidas fiscais e permitiriam a utilização de prejuízos fiscais das empresas como forma de pagamento.
"Há indicativos de que parte dos valores indevidos teria sido entregue a um casal de publicitários como forma de dissimulação da origem do dinheiro", disse a PF.
"Foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados no valor de 555 milhões de reais", acrescentou.
A Polícia Federal não informou quem são os alvos dos mandados de prisão. De acordo com a GloboNews, os alvos são o ex-executivo da Odebrecht Maurício Ferro e o advogado Nilton Serson.
Os dois mandados de prisão estão sendo cumpridos em São Paulo, assim como oito mandados de busca e apreensão. Os outros dois mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na Bahia. Todos os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.