"Agora, só Deus", diz tia de brasileiro sobre execução
Maria de Lourdes Archer Pinto, que está na Indonésia, disse que presidente do país "não é Deus para tirar a vida de alguém"
Maria de Lourdes Archer Pinto, 61 anos, tia de Marco Archer Moreira, 53, brasileiro condenado à pena de morte por tráfico de drogas na Indonésia, disse que agora “só Deus” pode evitar a execução do sobrinho neste sábado (domingo, no horário local), de acordo com informações publicadas pela Folha de S. Paulo. Maria, que é a parente mais próxima dele, já está no país asiático e deve vê-lo antes do fuzilamento.
“Ainda tinha esperança de que a coisa pudesse mudar. Agora, só Deus”, disse Maria de Lourdes após o presidente da Indonésia, Joko Widodo, negar pedido de clemência da presidente Dilma Rousseff. “Quero que ele tenha certeza de que eu fiz tudo aquilo que pude e lutei para que não houvesse desfecho tão trágico.”
Ela disse entender que a pena está prevista nas leis do país, mas afirma que o presidente poderia ter expulsado o sobrinho em vez de sentenciá-lo à morte. “O presidente não é Deus para tirar a vida de alguém. O Marco pode ter errado, cumpriu 11 anos preso e não merece pagar com a vida. Ele [Widodo] se acha um Deus.”
Marco Archer foi condenado em 2004, após tentar entrar no país, no ano anterior, com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de uma asa-delta. Se o fuzilamento por confirmado, será a primeira vez que um brasileiro é executado no exterior. A execução está marcada para as primeiras horas de domingo na Indonésia – pelo fuso de Jacarta, são nove horas adiantadas em relação a Brasília.
Maria de Lourdes levará doce de leite para o sobrinho antes da execução.