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Ala jurídica do governo diz que vídeo não comprova acusação

22 mai 2020 - 20h32
(atualizado às 20h35)
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O vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgado nesta sexta-feira por decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), não comprova a acusação feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir nos trabalhos do comando da Polícia Federal, disse à Reuters uma fonte ligada à ala jurídica do governo.

Presidente Jair Bolsonaro em Brasília
15/05/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro em Brasília 15/05/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

A fonte disse que, na avaliação de assessores jurídicos do presidente, não há demonstração de indício de crime cometido por Bolsonaro ao fazer cobranças aos ministros no encontro. A fonte, no entanto, preferiu não fazer qualquer tipo de consideração sobre o conteúdo da fala do presidente do ponto de vista político.

A segurança para tal avaliação, segundo a fonte, se dá depois que a Advocacia-Geral da União (AGU) ter mudado de orientação sobre a liberação do vídeo --inicialmente não queria qualquer tipo de divulgação-- para permitir que isso ocorresse praticamente na íntegra.

Ao apresentar dias atrás a degravação de dois trechos da reunião ao Supremo, a AGU disse que Bolsonaro referia-se à sua insatisfação quanto à segurança pessoal e não de troca da Polícia Federal.

Reservadamente, a avaliação desses auxiliares é que não foi de todo ruim a divulgação feita pelo ministro Celso de Mello, porque a grande preocupação era com trechos que poderiam prejudicar relações diplomáticas, disse a fonte.

Após a divulgação do vídeo, caberá à Procuradoria-Geral da República tomar uma decisão sobre o andamento do inquérito do Supremo que investiga o presidente a partir da acusação feita por Moro.

Originalmente, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo a abertura de inquérito sobre a fala do ex-ministro e citou uma série de supostos crimes que poderiam ter sido cometidos, como obstrução de Justiça, prevaricação e advocacia administrativa.

Augusto Aras só vai se pronunciar sobre o vídeo na próxima semana, disse uma fonte. Aras quer assistir ao vídeo com calma, cada uma das partes liberadas pelo STF. Ele não viu ainda a gravação, somente procuradores da sua equipe esta semana, disse a fonte.

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