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'Algumas coisas posso ter dito', afirma Moro sobre mensagens

Ministro presta esclarecimentos na CCJ do Senado

19 jun 2019 - 11h12
(atualizado às 11h14)
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Em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que "pode ter dito" algumas das frases citadas em conversas no aplicativo Telegram com o procurador da República Deltan Dallagnol.

Ministro Sergio Moro é alvo de questionamentos por causa de conversas com Deltan Dallagnol
Ministro Sergio Moro é alvo de questionamentos por causa de conversas com Deltan Dallagnol
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Logo no começo da sabatina, Moro disse que não tem mais essas mensagens em seu celular e que não usa o Telegram desde 2017, acrescentando que não possui os arquivos para poder afirmar se eles são "autênticos ou não".

"O que eu vejo ali, nas mensagens que foram divulgadas, tem algumas coisas que, eventualmente, eu possa ter dito. Tem algumas coisas que me causam estranheza. Essas mensagens podem ter sido total ou parcialmente adulteradas", declarou. Em seus pronunciamentos desde o início do escândalo, Moro já disse que não via nenhum problema nas conversas com Dallagnol e, mais tarde, negou a autenticidade dos conteúdos. Os vazamentos, publicados pelo site The Intercept, revelam que ele atuava em estreita coordenação com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

Nas mensagens, Moro sugere uma testemunha contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Dallagnol, pede a inversão de operações e critica um inquérito contra Fernando Henrique Cardoso, dizendo que a investigação poderia "melindrar" uma figura "importante".

"É normal no Brasil esses contatos [sic] entre juiz, advogado e Ministério Público ou policiais. O que tem que ser avaliado é o conteúdo desses contatos", disse Moro no Senado. O ministro ainda acusou um "grupo criminoso organizado" de hackear celulares de procuradores para prejudicar a Lava Jato e o combate à corrupção.

Em seu perfil no Twitter, o jornalista Glenn Greenwald, criador do Intercept, alegou que ninguém provou que as mensagens foram adulteradas. "Isso porque todos - especialmente Moro e LJ [Lava Jato] - sabem que são autênticos", declarou.

Ansa - Brasil
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