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Aliado de Doria assume PSDB

Bruno Araújo é ex-deputado federal e ex-ministro de Michel Temer

31 mai 2019 - 16h50
(atualizado às 17h00)
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O PSDB escolheu nesta sexta-feira em convenção o ex-deputado e ex-ministro Bruno Araújo como novo presidente do partido, um aliado do governador de São Paulo e tido como presidenciável em 2022, João Doria, que pregou em discurso independência em relação ao governo Jair Bolsonaro.

O encontro partidário foi marcado por discursos de renovação --o partido amargou um péssimo resultado na disputa presidencial do ano passado com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que deixou o comando da legenda, ficando em quarto lugar.

Candidato único para presidir o partido, Bruno Araújo disse que o PSDB terá uma postura de independência em relação ao governo Bolsonaro. Além disso, acrescentou, a legenda assumirá posições e buscará unidade, tolerância e apresentará propostas concretas.

Deputado Bruno Araújo em discurso na Câmara
Deputado Bruno Araújo em discurso na Câmara
Foto: Andre Dusek / Estadão Conteúdo

O novo presidente tucano disse que nas próximas semanas vai discutir com deputados e senadores do partido o fechamento de questão em favor da reforma da Previdência. Se isso ocorrer, deputados terão de votar a favor do texto, sob pena de serem punidos.

Ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador de São Paulo, que foi ovacionado aos gritos de "Brasil para frente, Doria presidente", disse que vai trabalhar com afinco para aprovar a reforma da Previdência com o objetivo de o país conseguir novos investimentos e que mais brasileiros tenham direito a emprego e renda.

Em discurso de despedida, Alckmin subiu o tom e disse que não há "grandes verdades", casos do petismo e do bolsonarismo, disse que o governo não tem projeto e afirmou que considera uma "irresponsabilidade" aumentar o número de armas no país --uma das possibilidades aventadas com a edição do decreto do governo Bolsonaro-- em vez de aumentar a vigilância nas fronteiras, canal por onde entra o armamento usado em crimes país afora.

João Doria e Geraldo Alckmin
09/12/2017
REUTERS/Adriano Machado
João Doria e Geraldo Alckmin 09/12/2017 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Sem o apelo de eventos do PSDB em anos anteriores, quando o partido era o principal partido de oposição aos governos petistas, ainda assim a convenção contou com dirigentes de outras legendas, como o presidente do MDB, ex-senador Romero Jucá (RR).

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso --a maior eminência parda do partido-- não compareceu ao evento, mas gravou um vídeo.

AFAGO

O presidente da Câmara também discursou e aproveitou para mandar recados, fazer uma nova defesa da reforma da Previdência e ao mesmo tempo afagar os tucanos.

Maia disse que não adianta atacar instituições e falar que se pode governar o Brasil sem partidos políticos. Ele destacou que o Brasil está "tão radicalizado" que uma frase dita pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, segundo o qual "ser ponderado deveria ser o norte de todos os políticos do Brasil", foi bastante aplaudida no encontro.

O presidente da Câmara, que disse ter votado nos candidatos tucanos a presidente depois de 1989, disse no encontro ver um PSDB forte e que "a democracia não existe sem partidos fortes". Disse que, nas três vezes que presidiu a Casa, sempre teve apoio do partido.

"Por isso que entreguei ao PSDB o que tem de mais importante na minha presidência, que é a relatoria da Previdência", destacou, que também defendeu a agenda de "reformas".

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