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Alvaro Dias defende que Petrobras siga estatal, mas admite privatização do "entorno"

6 jun 2018 - 16h19
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O pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Alvaro Dias, reconheceu nesta quarta-feira que é "inevitável" a privatização de empresas, mas defendeu que a Petrobras siga como uma empresa estatal, posicionando-se favorável apenas à privatização de subsidiárias.

Pré-candidato do Podemos à Presidência, Alvaro Dias, durante entrevista em São Paulo
07/05/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Pré-candidato do Podemos à Presidência, Alvaro Dias, durante entrevista em São Paulo 07/05/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Em sabatina com presidenciáveis organizada pelo jornal Correio Braziliense e pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), Dias sugeriu ainda que a política de preços da estatal seja definida pelo custo de produção no país.

"Não cogitamos privatizar a Petrobras. Esta é uma grande empresa, invejável, de reputação internacional", disse o pré-candidato, que também se posicionou contra a privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNDES, para evitar que o país fique "refém" do sistema financeiro internacional.

"O que admitimos é a privatização no entorno, é a competição, a livre iniciativa no entorno. As subsidiárias", explicou, citando as empresas envolvidas na exploração e distribuição.

"Agora, o controle da empresa tem que ser estatal, mas não pode ser esse controle atual com essa política de preços. Essa política de preços seria admissível em empresa privada, o lucro a qualquer preço. Empresa estatal tem que exercitar na sua plenitude a sua função social", defendeu.

Sobre a política de preços da Petrobras, Dias defendeu que seja definida a partir dos custos da produção domésticos, baseado em relatos de petroleiros que afirmam que não há necessidade de refino no exterior.

"A referência para fixação dos preços deveria ser exatamente o custo da exploração do petróleo e o refino do petróleo no nosso país", explicou, defendendo que haja a compatibilização entre os interesses da Petrobras e do público.

No campo da política, Dias aproveitou para classificar a gestão do presidente Michel Temer como um "desastre", não por falta de competência, mas por falta de "credibilidade", por estar envolvido em "escândalos de corrupção".

"Eu não saberia dizer quem ganha mais, quem perde mais com o desastre da gestão Temer", disse o pré-candidato, ao ser questionado se sentia-se beneficiado pelo fato de não ser vinculado ao governo.

"Quem traz o carimbo desta gestão está condenado", afirmou.

O pré-candidato do Podemos também defendeu a simplificação tributária caminhando para a unificação, e a progressividade do sistema tributando "menos no consumo e mais na receita", de forma a tornar a cobrança mais justa.

Criticou ainda a política internacional adotada pelos governos do PT, marcada, na sua opinião, por um viés "equivocado" , pelo "retrocesso", pelo "populismo", e pelo "atraso".

"É preciso mudar o foco", defendeu.

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