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Anvisa reage a Doria, aval de vacina contra Covid-19 pela China não implica aprovação automática no Brasil

26 nov 2020 - 19h45
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou nesta quinta-feira que um eventual aval de uma vacina contra Covid-19 por um órgão regulador da China ou de outro país não leva a uma aprovação automática no Brasil, em reação a declarações do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), mais cedo em entrevista ao portal Metrópoles.

Governador João Doria
21/10/2020
REUTERS/Adriano Machado
Governador João Doria 21/10/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"A Anvisa informa que eventual aprovação de uma vacina pela autoridade regulatória da China NÃO implica aprovação automática para o Brasil", disse.

Segundo o comunicado, o registro de vacinas pela Anvisa "tem como objetivo garantir à população brasileira que os requisitos técnicos necessários à fabricação e ao uso em massa da vacina sejam cumpridos".

Na entrevista, Doria disse que a CoronaVac, vacina contra Covid-19 da chinesa Sinovac que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan, poderia ser aplicada no país mesmo que não obtenha registro da Anvisa, desde que receba o aval de agências reguladoras de outros países.

No comunicado, a Anvisa disse que tem adotado uma "série de medidas para evitar retrabalho e esforços desnecessários e, por isso, é possível considerar análises realizadas por outras agências para sua decisão".

"Contudo, é importante esclarecer que o reconhecimento tácito da aprovação por outras agências para registro de vacinas aqui no Brasil não é previsto em lei e pode representar risco à população brasileira", alertou.

A agência destacou que, mesmo após o registro em algum outro país, é preciso fazer uma série de avaliações como evidências de eficácia e segurança para o brasileiro e condições da fabricação do imunizante.

ESTUDOS

A Anvisa contestou ainda declaração de Doria de que os estudos em fase 3 com a CoronaVac teriam sido entregues.

"O Instituto Butantan não entregou o resultado de nenhuma fase de pesquisa clínica com seres humanos para a Anvisa", disse.

"Até o momento, a Anvisa recebeu somente dados pré-clínicos, que são dados anteriores aos testes com seres humanos, ao contrário do que foi afirmado de que dados referentes à fase 3 já haviam sido entregues", completou.

A agência disse ainda que, em uma reunião com o Butantan nesta quinta-feira, o instituto afirmou que o pacote de informações necessárias para a avaliação da vacina ainda não foi concluído.

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