Apenas metade dos carros poderá circular por dia na cidade de São Paulo, anuncia prefeito
O rodízio de veículos retornará à cidade de São Paulo na próxima segunda-feira em uma forma ainda mais restrita do que a que havia sido suspensa no início da pandemia de coronavírus numa tentativa do governo municipal de elevar o isolamento social na capital paulista, anunciou nesta quinta-feira o prefeito Bruno Covas (PSDB).
Em entrevista coletiva, o prefeito disse que a nova modalidade de rodízio de veículos valerá em toda a cidade, durante as 24 horas do dia, inclusive aos sábados e domingo, e deixará fora de circulação metade dos carros da cidade todos os dias.
"Momentos e questões extremas exigem medidas extremas, razão pela qual a gente anuncia hoje o retorno do rodízio na cidade de São Paulo, inclusive de uma forma ainda mais restritiva do que ele era aqui na cidade", afirmou.
"Não dá para a gente deixar de tomar medidas como essa num momento em que a gente observa uma taxa de ocupação de leito passar os 80% e metade dos hospitais municipais referenciados para Covid já estão com mais de 95% de ocupação dos leitos de UTI", afirmou.
Covas explicou que nos dias pares apenas os veículos com final de placa par poderão andar na cidade.
O prefeito disse que o rodízio, em seu modelo anterior, havia sido suspenso no início da pandemia, pois a prefeitura queria evitar aglomerações nos transportes públicos. De acordo com ele, no entanto, a suspensão incentivou as pessoas a saírem de casa e com a adoção de restrições mais duras, a prefeitura aumentará o número de ônibus circulando na cidade.
Pelo modelo anterior, que tirava 20% dos veículos de circulação todos os dias, um veículo ficava proibido de circular somente em um dia da semana --dependendo do número final da placa--, apenas na região do centro expandido da cidade e somente entre 7h e 10h e entre 17h e 20h.
"Essa é uma medida necessária para que a gente evite ter que decretar lockdown na cidade de São Paulo. A gente está tentando, numa escalada, evitar uma medida extrema, que é impedir a circulação de pessoas na cidade de São Paulo", disse Covas.
O prefeito afirmou que as medidas de restrição adotadas até agora na capital paulista evitaram que 30 mil pessoas morressem de Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, sem dar detalhes sobre como chegou a este número.
De acordo com o governo municipal, profissionais de saúde ficarão isentos do rodízio, mas precisarão se cadastrar enviando um email à prefeitura.
A cidade de São Paulo tem 1.928 mortes confirmadas pela Covid-19 e outros 2.372 óbitos que podem ter sido provocados pelo coronavírus. O isolamento social na cidade tem ficado abaixo do patamar de 50%, mínimo necessário apontado por autoridades de saúde para que se possa considerar uma afrouxamento das restrições. O isolamento apontado como ideal é de 70%.