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Após atentado a Bolsonaro, presidenciáveis fazem debate morno

10 set 2018 - 07h51
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Após o atentado contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, outros seis presidenciáveis fizeram um debate morno na noite de domingo em evento promovido pela TV Gazeta, o jornal O Estado de S. Paulo e a rádio Jovem Pan, em São Paulo.

Candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, durante debate promovido pela TV Gazeta, em São Paulo  09/09/2018 REUTERS/Nacho Doce
Candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, durante debate promovido pela TV Gazeta, em São Paulo 09/09/2018 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

Candidatos mencionaram Bolsonaro em suas falas, inclusive usando o episódio de violência contra o deputado como contexto para algumas perguntas, e também voltaram a defender a pacificação e a união do país.

O candidato do PSL, que lidera as pesquisas de intenção de voto, não participou por estar hospitalizado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, se recuperando de ataque com uma faca sofrido em Juiz de Fora (MG) durante ato de campanha na quinta-feira. 

O deputado sofreu lesões nos intestinos grosso e delgado e em uma veia abdominal, em decorrência de um único, porém profundo, golpe de faca. Ele deve ficar internado por, no mínimo, uma semana.

Participaram do debate, o terceiro da corrida eleitoral, a candidata Marina Silva (Rede) e os candidatos Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

Como a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa, e o PT ainda não definiu um substituto, o partido ficou sem representante no debate. 

Sem Bolsonaro, que foi alvo em debates anteriores, as falas e perguntas não trouxeram novidades e giraram ao redor de proposições e ideias já conhecidas dos eleitores. No momento em que um candidato perguntava a outro, muitos usaram o tempo da réplica das perguntas feitas por eles mesmos para expor suas próprias ideias sobre os temas. 

Ao ser questionado se encorajaria a atuação da operação Lava Jato ou a "colocaria na caixinha" caso eleito, numa alusão a declarações de que seria preciso colocar juízes e o Ministério Público "de volta na caixinha", Ciro Gomes adotou um discurso moderado.

"Acho que a Lava Jato pode ser uma virada histórica na impunidade. Entretanto, fui professor de Direito. A Justiça barulhenta está sempre sujeita à suspeição", afirmou Ciro, acrescentando que considera injusta a prisão do ex-presidente Lula e que isso não está ligado a "simpatia". 

Aproveitando o gancho do atentado contra Bolsonaro, Alckmin voltou a repetir que é necessário um "esforço conciliatório" no país. "Todas as vezes que o Brasil fez um esforço conciliatório, ele avançou mais", disse o ex-governador de São Paulo, citando como exemplos a redemocratização, a Assembleia Constituinte e o Plano Real. 

Já a ex-senadora Marina Silva voltou a dizer que sua candidatura vem para oferecer "a outra face", inclusive para o desrespeito e a violência. "Tivemos o assassinato da Marielle, tivemos o atentado à caravana do presidente Lula e tivemos agora o atentado contra o Jair Bolsonaro. Nós não vamos chegar a lugar nenhum com o país dividido", afirmou a senadora, apostando no eleitorado feminino ao chamar especificamente as mulheres para "um grande movimento de unir o Brasil a favor daquilo que interessa".

(Edição de Pedro Fonseca)

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