Após caso de espionagem, Brasil prepara visita de secretário dos EUA
Uma equipe de funcionários do governo dos Estados Unidos passou a manhã desta segunda-feira no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Eles fizeram um reconhecimento dos locais por onde o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, passará amanhã em sua visita por Brasília. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e Kerry devem se reunir por volta do meio-dia, em seguida haverá uma entrevista coletiva e depois um almoço no Itamaraty.
Por enquanto, não há confirmação de encontro do secretário norte-americano com a presidente Dilma Rousseff. Brasileiros que acompanharam a equipe norte-americana disseram que visitas de reconhecimento são comuns, quando delegações estrangeiras vêm ao Brasil. A visita de Kerry, que assumiu o cargo há seis meses, ocorre em um momento delicado das relações entre Brasil e Estados Unidos, pois há pouco mais de um mês veio à tona o escândalo sobre agências norte-americanas que monitoravam cidadãos em vários países, inclusive no Brasil.
A informação gerou mal-estar entre os governos de ambos os países e o embaixador norte-americano em Brasília, Thomas Shannon, foi chamado a dar explicações. Paralelamente, é organizada a visita da presidente Dilma Rousseff com honras de chefe de Estado aos Estados Unidos.
A visita está prevista para 23 de outubro e é considerada uma situação especial, pois o governo norte-americano limita os convites com honras de chefe de Estado. Os preparativos da visita são organizados nos mínimos detalhes: preferências da presidente para o cardápio e gosto musical.
Os assessores brasileiros e norte-americanos trabalham para que a visita de Kerry tenha resultados positivos. Nos últimos cinco anos, o fluxo de comércio entre Estados Unidos e Brasil aumentou 11,3%, passando de US$ 53,1 bilhões para US$ 59,1 bilhões. Os Estados Unidos são o país com maior estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil, somando US$ 104 bilhões em 2010. Em 2012, os Estados Unidos foram o maior investidor estrangeiro no Brasil.