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MTST deixa tríplex atribuído a Lula após 4h de ocupação

16 abr 2018 - 13h17
(atualizado às 17h08)
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Foto: Reuters

Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do grupo Povo Sem Medo desocuparam no início da tarde desta segunda-feira o apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo que resultou na prisão do petista no início do mês.

A desocupação pacífica do imóvel ocorreu cerca de quatro horas depois de o coordenador do MTST e pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, anunciar a entrada no tríplex.

Por meio das redes sociais, Boulos disse que a desocupação ocorreu depois de um ultimato dado pela Polícia Militar, que fora chamada pelos moradores do prédio após a invasão.

"Numa ação arbitrária, sem ordem judicial, polícia deu prazo para saída do MTST do tríplex, sob pena de prisão de todos os ocupantes. O tríplex foi desocupado, mas o recado ficou. É evidente que não tinham ordem: quem pediria a reintegração de posse?", disse o pré-candidato do PSOL em sua conta no Twitter.

Mais cedo, Boulos divulgou vídeo em suas redes sociais e disse que a ação era uma denúncia "à farsa judicial que levou Lula para a prisão".

Foto: Marco Silva / Futura Press

"Se o tríplex é do Lula então o povo está autorizado a ficar lá e vai se tornar o tríplex da resistência. Agora, se o tríplex não é do Lula, então o Sérgio Moro vai ter que mandar o alvará de soltura hoje mesmo, porque ele foi preso por algo que não é dele", acrescentou.

Os militantes estenderam faixas na varanda do apartamento com a frase "Se é do Lula é nosso" e "Se não é, por que prendeu?".

Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro, está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal no Paraná, em Curitiba, onde começou a cumprir a pena de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex.

Foto: Marco Silva / Futura Press

Lula foi condenado por, no entendimento do juiz Sérgio Moro e dos três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), ter recebido o tríplex como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras.

O petista, que é réu em outros seis processos, nega ser dono do imóvel e diz ser alvo de uma perseguição política promovida por setores do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da imprensa para impedi-lo de ser candidato à Presidência.

A Lei da Ficha Limpa prevê a inelegibilidade de condenados por órgãos colegiados do Judiciário, caso da 8ª Turma do TRF-4, o que deve inviabilizar a candidatura de Lula ao Planalto.

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