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Após jornada de protestos, integrantes do MST voltam para casa

14 fev 2014 - 20h49
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<p>Crian&ccedil;as do MST, durante&nbsp;protesto em Bras&iacute;lia&nbsp;por melhor educa&ccedil;&atilde;o</p>
Crianças do MST, durante protesto em Brasília por melhor educação
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Após cinco dias de marchas, reivindicações e conversas com o governo, o 6º Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) chega ao fim. De acordo com Roberto Baggio, da coordenação nacional do movimento, os atos pela reforma agrária continuam por todo o país. "Temos que continuar lutando, pressionando, ocupando, que é a única forma de avançar a reforma agrária no Brasil".

Agora, milhares de trabalhadores rurais se preparam para voltar para suas casas. Os ônibus que lotaram a vizinhança do Ginásio Nilson Nelson estão sendo carregados e a Mostra Nacional da Cultura e Produção Camponesa, presente ao lado do ginásio, também se desfaz.

"Foi um belo congresso, com um balanço altamente positivo. Nesse momento histórico, a reforma agrária depende da sociedade brasileira como um todo, e o congresso reafirmou isso. Durante os cinco dias, fizemos uma bela jornada de luta em Brasília, com momentos de pressão sobre o governo", afirmou Baggio.

Ele também lembrou o encontro que o MST teve com a presidenta da República, ontem (13) pela manhã. Dilma Rousseff prometeu trabalhar para assentar entre 30 mil e 35 mil famílias em 2014. "Isso é tarefa do Estado brasileiro. Se a presidenta Dilma tivesse lidado com mais cuidado, essas questões já poderiam ter sido resolvidas. Agora, cabe a ela tomar medidas, já que ela é a gestora, a gerente do Estado brasileiro. Ela que organize seu grupo de trabalho, ponha pra funcionar e distribua as terras para os camponeses".

<p>Membros do MST&nbsp;entraram em confronto com a pol&iacute;cia durante marcha em Bras&iacute;lia na &uacute;ltima&nbsp;quarta-feira</p>
Membros do MST entraram em confronto com a polícia durante marcha em Brasília na última quarta-feira
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Dentre as reivindicações mais urgentes do movimento, segundo ele, está a desapropriação de áreas improdutivas, ou que não cumprem sua função social, para que "mais de 100 mil famílias, que vivem em mais de 700 acampamentos, possam viver e trabalhar". Além disso, a construção de escolas em acampamentos e estímulo ao conjunto de investimentos em torno da agroindústria também foram citados durante o encontro no Palácio do Planalto.

Ao final de sua estada na capital do país, o integrante da coordenação do movimento lembrou o "memorável" ato de quarta-feira (12), quando cerca de 15 mil pessoas marcharam pelo centro de Brasília durante todo o dia, exigindo a reforma agrária e cobrando mais ações do governo. Segundo ele, todos os acontecimentos daquele dia mostraram "o sentido da existência do MST".

Agência Brasil Agência Brasil
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