Arthur Lira diz que centrão não impede votações na Câmara, cobra Maia e diz que falta conversa
O líder do bloco que ficou conhecido como centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta-feira que o grupo está à disposição para retomar as votações na Câmara dos Deputados, cobrou que o presidente da Casa paute matérias e reclamou de falta de "conversa institucional".
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o centrão têm se enfrentado em um cabo de guerra, que acabou paralisando votações de temas mais consistentes e resvalou, inclusive, na instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e na consequente análises das leis orçamentárias.
"O presidente da Câmara precisa neste momento pautar as matérias. Já passaram as eleições. Nós estamos à disposição cinco dias na semana para votarmos as coisas que o Brasil precisa. Estamos às vésperas do final do ano, sequer a CMO foi instalada", tuitou Lira.
"Os projetos estão parados não por culpa dos partidos de centro. Esta pauta está travada por falta de conversa, por cerceamento, por falta de conversas institucionais", explicou, na rede social.
O líder afirmou ainda que ele e "vários líderes" estão "há vários dias sem acesso a conversas com o presidente da Casa".
"Isso não é possível que aconteça dentro do Legislativo."
Maia tem acusado o centrão de obstruir os trabalhos na Casa por conta de suas aspirações em relação à presidência da Câmara. Também tem cobrado o governo para que se posicione mais claramente sobre as pautas que considera vitais --o deputado bate na tecla da necessidade de aprovação da chamada PEC emergencial, que trará gatilhos para o teto de gastos e criará um programa de distribuição de renda em substituição ao Bolsa Família.
O presidente da Câmara também defende a reforma tributária e diz que há votos para aprová-la, mas alerta que o governo precisa se colocar na discussão.
Lira lembrou, na série de tuítes nesta sexta-feira, que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, pautada para o dia 16 diretamente no plenário do Congresso, sem passar pela CMO, será "a primeira vez que vamos ver se vai dar certo ou não a votação".
"O que mais nos preocupa neste momento são as pautas da Câmara estarem paradas, não estarmos votando nada. Tem muitas matérias importantes para serem votadas até o final do ano", disse Lira.
Além da disputa entre o grupo de Maia e o centrão, a Câmara enfrenta ainda a obstrução da oposição, que tem travado a votação de propostas, com algumas exceções, para forçar que seja pautada a MP que prorroga o auxílio emergencial até o fim do ano, mas no valor de 300 reais.
A intenção desses deputados é tentar forçar um aumento do benefício ou ao menos constranger os governistas, caso se mobilizem para manter os 300 reais.