Atirador de Aracruz responderá por ato análogo a homicídio
Adolescente de 16 anos invadiu duas escolas e deixou três mortos usou armas do pai, que é policial militar, segundo investigação
O adolescente de 16 anos que invadiu duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, e abriu fogo contra professores e alunos na sexta-feira (25/11), responderá por ato infracional análogo a três homicídios e a dez tentativas de homicídio, segundo a Polícia Civil do estado.
Duas das vítimas mortas tiveram seus corpos velados neste sábado em Aracruz: a professora Maria da Penha de Melo Banho, de 48 anos, que dava aula de artes e de alfabetização de crianças, e uma estudante de 12 anos.
A outra vítima é a professora de matemática Cybelle Passos Bezerra Lara, de 45 anos - seus familiares preferiram não realizar o velório no estado, pois a vítima é de Pernambuco. Seu corpo será cremado na Grande Vitória e as cinzas serão levadas ao su estado natal.
Outras treze pessoas ficaram feridas - dez pelo atirador e três enquanto fugiam. Entre elas, cinco seguem internadas.
Adolescente usou armas do pai policial militar
O atirador foi apreendido na tarde de sexta-feira e confessou o crime, e foi em seguida encaminhado ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo, em Cariacica, na Grande Vitória, segundo a polícia.
Ele havia estudado até junho na Escola Estadual Primo Bitti, o primeiro colégio atacado e onde duas professoras foram mortas. Depois, o atirador seguiu dirigindo um carro para a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral, onde matou a estudante.
O adolescente é filho de um policial militar e, segundo as investigações, usou duas armas sob responsabilidade do pai, um revólver calibre .38 de propriedade privada e uma pistola calibre .40 que pertence à Polícia Militar, além de três carregadores. As armas e as munições foram apreendidas e encaminhadas para perícia.
O delegado João Francisco Filho afirmou que o adolescente estava tranquilo durante seu depoimento e não apresentou arrependimento.
O governador do estado, Renato Casagrande (PSB), decretou luto oficial de três dias.
Outros ataques
Nos últimos anos, o Brasil foi palco de outros ataques em escolas. Em 2021, um jovem de 18 anos invadiu uma creche do município catarinense de Saudades com um facão e matou duas funcionárias e três bebês menores de 2 anos.
Em 2019, dois ex-alunos de uma escola estadual em Suzano, na Grande São Paulo, mataram sete pessoas na unidade e deixaram 11 feridos. Um dos agressores acabou matando o comparsa e depois cometeu suicídio.
Em 2011, ocorreu um dos mais trágicos massacres em escolas brasileiras: o ataque do Realengo. Na ocasião, um ex-aluno de 23 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, na zona oeste do Rio de Janeiro, e disparou contra vários alunos de 13 a 15 anos, deixando 12 crianças mortas.