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Áudios do ex-militar Ailton Barros mostram planejamento de golpe: "Temos a caneta e a força"

O aliado de Bolsonaro se mostrou irritado com a demora do então chefe das Forças Armadas de agir e sugere a prisão de Alexandre de Moraes

4 mai 2023 - 19h36
(atualizado às 20h16)
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O militar reformado Ailton Barros
O militar reformado Ailton Barros
Foto: Reprodução/Facebook

Áudios que estão em posse da Polícia Federal apontam para um suposto planejamento de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022. A troca de mensagens foi feita entre o ex-major Ailton Barros e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A informação é da jornalista Daniela Lima, âncora na CNN Brasil, e foi compartilhada nesta quinta-feira, 4. Nos áudios, Barros se mostrou insatisfeito com a falta de definição por parte do líder do Exército à época, Freire Gomes, se iria aderir à tentativa de golpe. O ex-major chega a falar em prender o ministro Alexandre de Moraes sob o pretexto de que o grupo de aliados do então presidente Bolsonaro tinham "a caneta e a força".

"Entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes para que ele faça o que tem que fazer. Até amanhã à tarde, ele aderindo, bem, ele faça um pronunciamento. Então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa, que você viu, né? Eu não preciso falar, está abalada em todo Brasil", diz Barros no áudio que foi enviado na madrugada de quinta-feira, 15 de dezembro.

O ex-major diz que os grupos aliados a Bolsonaro estariam "quase jogando a toalha". A ideia era que Freire Gomes ou o então presidente fizesse um pronunciamento para que, no dia seguinte, assinasse uma série de decretos.

"Não é díficil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e temos a força. Braço forte, mão amiga. Qual o problema, entendeu?", questiona Barros. "Tem que ser dada a missão ao comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele, como ele faz com todo mundo."

O plano seria finalizado no dia seguinte à prisão de Moraes. "E aí na segunda-feira, ser lida a portaria ou as portarias, o decreto ou os decretos de garantia de lei da ordem e botar as Forças Armadas, cujo comandante supremo é o Presidente da República, para agir. Se não, nunca mais vamos limpar o nome do Exército", diz Barros.

Ailton Barros está preso preventivamente no presídio de Benfica. Ele está sendo investigado pela Polícia Federal suspeito de participação em um esquema de fraude de comprovante de vacinação contra a covid-19, envolvendo inclusive o ex-presidente.

A PF encontrou, porém, outras trocas de mensagem que devem ser investigadas. Entre elas, está o áudio enviado pelo ex-major também a Mauro Cid, em que ele diz saber quem teria mandado assassinar a vereadora Marielle Franco.

Veja abaixo o momento em que a âncora da CNN recebe os áudios comprometedores:

Fonte: Redação Terra
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