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Barroso e Moraes rebatem Bolsonaro, defendem urnas eletrônicas e reafirmam eleições em 2022

6 ago 2021 - 19h47
(atualizado às 22h23)
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes rebateram, nesta sexta-feira, as críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro a atuação deles e reafirmaram as eleições do próximo ano, rejeitando qualquer possibilidade de golpe.

Ministros do STF Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes
04/04/2018
REUTERS/Adriano Machado
Ministros do STF Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes 04/04/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

As falas de Barroso e Moraes --principais alvos dos ataques recentes de Bolsonaro contra o Judiciário-- ocorreram no evento Democracia e Liberdade, realizado em São Paulo.

Barroso preferiu não reagir diretamente ao xingamento que Bolsonaro lhe fez mais cedo em uma agenda pública em Joinville, no norte de Santa Catarina. O presidente, que o critica sistematicamente por sua oposição ao voto impresso, chamou-o de "filho da puta".

O presidente do TSE, também integrante do Supremo, ignorou as ofensas dele, dizendo não cultivar motivações pessoais. "Não paro para bater boca, não me distraio com miudezas, meu universo vai bem além do cercadinho", respondeu ele, fazendo uma referência indireta a falas que Bolsonaro faz a simpatizantes em locais controlados.

Barroso reiterou a defesa da segurança do atual sistema de votação, destacando ser uma solução original e bem-sucedida do país ante problemas com fraudes no voto em cédula de papel. "Vamos imitar os outros para retroagir?", questionou.

Em tom de ironia, o presidente do TSE disse que a obsessão de Bolsonaro por ele "não se justifica e, sobretudo, não é correspondida". "Acredito que, se a minha atuação está causando tanto incômodo, é porque estou conseguindo cumprir o meu papel", ressaltou.

Em meio a ameaças do presidente, Barroso foi questionado sobre a possibilidade de golpe. Ele disse ter muito medo das profecias autorrealizáveis, mas afirmou que tem uma postura firme de negar essa possibilidade e destacou que as instituições estão funcionando.

"Não acho que as Forças Armadas embarcariam nesse tipo de aventura", frisou.

Alexandre de Moraes também minimizou essa possibilidade e citou que o Poder Judiciário no país é independente, "apanha todo dia", mas reage. Ele voltou ao foco das críticas de Bolsonaro após tê-lo incluído no rol de investigados no inquérito das fake news por levantar divulgar suspeitas --já desmentidas-- de fraudes no atual sistema de votação.

"Tivemos eleições ano passado e teremos ano que vem. Eu não acho que bravatas levem a golpe", afirmou ele, destacando que acredita "fielmente" nas instituições e que vai continuar o processo de consolidação da democracia brasileira.

Moraes, que vai presidir o TSE nas eleições de 2022, disse que os "maiores defensores do atraso" são aqueles que se elegeram pela modernidade.

"Não há, salvo a vontade de proliferar esse discurso de ódio, não há racionalidade no que vem sendo dito", ressaltou, citando ainda o fato de na véspera a proposta do voto impresso ter sido derrotada por ampla maioria dos votos numa comissão especial da Câmara.

O ministro do STF Gilmar Mendes, que também participou do encontro, também defendeu as urnas eletrônicas e rechaçou qualquer tentativa de golpe. Segundo ele, há arroubos ao longo dos tempo, mas têm havido respostas institucionais.

Mendes disse que instituições têm funcionado, o Congresso e o Judiciário têm dado suas respostas adequadas.

"As próprias Forças Armadas compreendem o seu papel institucional", completou.

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